‘Pandemia nunca vai acabar para quem perdeu um ente querido’, afirma Criolo
Nos versos, ele quer dar voz e afago a milhares de famílias que sofreram perdas na crise sanitária, especialmente as mais vulneráveis. “Quem é de favela, sempre isolamento. / Dos sonhos que tenho, distanciamento”, dizem os versos.
Criolo descreve Cleane como sensível, atenta, cheia de vontade de viver, com gosto musical que ia de Milton Nascimento a Racionais MC’s. Também era fã das palavras: fazia a revisão dos textos da mãe, a poetisa Maria Vilani, e dava aulas de Literatura na rede estadual paulista. Mais exatamente no Grajaú, na periferia da capital. “A gente dividia muito sobre como é a luta no extremo sul da zona sul, como é a luta de uma mãe solo, periférica, no extremo de uma periferia e os sonhos e desejos que se mantêm vivos”, diz Criolo.
Com problemas respiratórios, ela convivia com o receio de morrer em decorrência da covid. “Tinha muito medo desde o início. O que seria dela? O que seria do filho dela?”, lembra o irmão famoso, sobre o sobrinho Vitinho, de 14 anos.
Para a família e os alunos, ficaram as lições que ela ainda inspira. “Sempre plantava essa sementinha que podemos repensar, de que modo podemos enxergar tudo que está ao nosso redor”, conta Criolo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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