Pandemia: Toledo registra aumento na taxa de natalidade

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que houve uma redução no número de nascimentos em todo país, mas em Toledo foi diferente. A taxa de natalidade teve aumento de 4,73% – no comparativo do períodos de 1º de junho de 2019 a 1° de junho de 2020 e 1º de junho de 2020 a 30 de junho de 2021. A pandemia ainda não refletiu neste aspecto.

O 3º Tabelionato de Notas de Toledo registrou no período de 1º de junho de 2019 a 1° de junho de 2020, 2.010 nascimentos. Já entre 1º de junho de 2020 a 30 de junho de 2021, subiu para 2.105 nascimentos, ou seja, 95 crianças a mais que no período anterior.

“Quando descobrimos minha gravidez tive que mudar os planos”, conta a auxiliar de produção, Ana Maria. “Apesar da vacinação existe o medo, afinal a doença ainda é desconhecida. É preciso cuidado e tomar todas as medidas necessárias para evitar o contágio”.

Ana e o marido, Pedro Souza, comentam que a ideia era deixar para ‘aumentar a família’ daqui dois anos, após passar todo este momento turbulento. Contudo, a gestação aconteceu e os papais tiveram que antecipar a reforma da casa para poder atender as necessidades da família.

TAXA DE NATALIDADE – Para o historiador e sociólogo, Marco Antonio, o acréscimo de 4,73% nos registros de nascimento não é algo significativo, apesar de ir na ‘contramão’ dos índices nacionais. “Dados do Ministério da Saúde apontam queda de 5,66% nos nascimentos de 2019 para 2020. Especificar o leve aumento no município exigiria uma análise comportamental, que envolveria desde o índice de escolaridade, ao acesso da informação e saúde pública voltada aos métodos anticonceptivos”.

Segundo Antonio, ao estudar situações similares ao decorrer da história humana, é possível notar a recorrência da queda na taxa de natalidade no período pandêmico. Ele acrescenta que isso tende a interferir, especialmente, nas mulheres que estão no fim do período fértil, aquelas que já estão em condições limitantes para viverem uma gestação.

“É preciso também levar em consideração aquelas que tinham planos em ter filhos neste período de pandemia. Esse planejamento foi adiado por muitas famílias; são os casais que estão esperando o controle da doença e um momento com mais segurança na área da saúde, pois uma gestação saudável requer cuidados e o ambiente externo interfere neste propósito. Enquanto também temos os casais que a ideia de ter um filho vai ir além do controle da Covid-19, pois tiveram reflexos financeiros que implicam diretamente no plano de ter uma criança”, analisa.

A MUDANÇA DE PLANO – O adiamento no plano de ter um filho, segundo a psicóloga, Jane Patti, pode tomar outras proporções quando acontecem diante de uma situação de medo contínuo. Ela pontua que a pandemia pode intensificar interferir no desejo daquelas mulheres que já não tinham muitas certezas sobre o desejo da maternidade.

“A pandemia trouxe muita insegurança não apenas no quesito voltado a saúde, como o fato de passar por uma gestação de maneira segura neste período, mas também nos aspectos financeiros, na estabilidade econômica, carreira, escolaridade e isso pode ter um peso significativo para quem planeja uma gestação. Esses reflexos da pandemia serão sentidos por um longo período e sem dúvida no planejamento familiar tanto para aqueles que já tinham na programação o nascimento de uma criança, como para aqueles que tinham incertezas sobre isso”, conclui.

Da Redação

TOLEDO

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