Para OMS, fim da pandemia é uma questão de vontade política e incentivo
“Quando a pandemia vai acabar? Talvez esse seja o centro da questão. A resposta é: a pandemia vai acabar quando o mundo decidir acabar com ela”, assegurou o representante da OMS, reforçando que o aumento mundial no número de casos e mortes por covid-19, após meses de queda acentuada, é reflexo da implementação ineficaz das medidas de saúde pública e da distribuição desigual de vacinas.
“Mais de 80% das vacinas já entregues no mundo foram para os países do G20. Então, 20 países concentram mais de 80% das 7 bilhões de doses. Especialmente a África é um continente que foi afetado muito seriamente pela ineficiência na distribuição das vacinas. É uma cobertura vacinal média de 5% neste momento, é muito baixa”, lamentou o diretor-geral da OMS.
Em uma sala de debates sobre “governança na saúde para combater a covid-19 e prevenir futuras pandemias”, Tedros afirmou que a desigualdade vacinal é “epidemiológica, econômica e moralmente errada”. Segundo ele, foi por isso que a OMS e seus parceiros estabeleceram a meta de atingir uma cobertura vacinal de 40% da população até o final deste ano.
A Organização pediu que governos com alta cobertura vacinal compartilhassem doses e mudassem o cronograma de entrega imunização, mas teve poucos sinais de auxílio. “Houve uma reunião ontem organizada pelo secretário Blinken Antony Blinken, dos EUA e ministros de Relações Internacionais e eles concordaram em acompanhar os planos para garantir que a meta de 40% seja atingida. Eu acredito que esse tipo de empurrão será importante”, reforçou Tedros Adhanom.
Com o mundo registrando sete mil mortos por dia em média, o diretor-geral da OMS demonstrou preocupação com a alta e assegurou que a saída para as estatísticas é a união global. “Nenhum país com alta cobertura vacinal vai acabar essa pandemia sozinho, só quando todos os indivíduos estiverem seguros. Espero que o mundo todo diga basta, porque estamos realmente fartos deste vírus.”
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