Pazuello: alertamos para médicos não usarem a cloroquina na fase final
Para Pazuello, as questões com relação à cloroquina são “simples”, disse. “O Brasil usa cloroquina há 70 anos. A cloroquina é um antiviral e um anti-inflamatório conhecido pelo Brasil […] Ele tem ações antivirais e anti-inflamatórias, pelo menos é o que me é trazido, eu não sou médico” afirmou, lembrando o uso de medicamentos durante as crises de Zika e Chikungunya no País. O ex-ministro logo foi corrigido pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), que afirmou que o medicamento é antiprotozoário – e não antiviral.
O ex-ministro também afirmou que no começo da pandemia, durante a gestão do Henrique Mandetta, o Ministério da Saúde recomendava o uso do fármaco, observando ainda que teriam sido recomendadas doses altas do medicamento no começo da pandemia, e que foi necessário orientar médicos para que o medicamento não fosse utilizado na fase final da doença. “Nós precisávamos fazer alguma coisa, só que eu não podia fazer protocolos, nem deveria, nem nunca fiz”, afirmou, dizendo que poderia fazer uma “orientação” sobre o uso da cloroquina.
Pazuello negou ter conhecimento da tese de “imunidade de rebanho” através da contaminação de pessoas como opção para lidar com a pandemia no País. Segundo o ex-ministro, somente o deputado Osmar Terra (MDB-RS) lhe comentou sobre a ideia, mas sem nenhum tipo de possibilidade de isso ser colocado como um projeto da pasta. O general negou, inclusive, que o presidente Jair Bolsonaro tenha abordado o tema com ele.
‘Depoimento delirante’
“O depoimento de Pazuello na CPI é delirante. Mesmo com as atrocidades da sua gestão, ele relata que sua pasta teve ação irretocável. Os que aguardavam indignados sua oitiva, acompanham estupefatos a atitude cínica do servil operador da exitosa necropolítica de saúde de Bolsonaro”, escreveu a ex-ministra Marina Silva, em seu perfil no Twitter, sobre o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na comissão.
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