Pesquisa de engenheiro da Itaipu traz melhorias em serviços de manutenção

O engenheiro mecânico Filipe Diniz Moro Borges, da Divisão de Engenharia de Manutenção Mecânica, tinha um desafio pela frente: analisar dados vibracionais contaminados com ruídos e outras influências em máquinas rotativas. 

A tarefa dele era exatamente separar a parte determinística da aleatória, filtrando o ruído indesejado. A partir de estudos, ele descobriu que é possível aplicar técnicas de separação aliadas a técnicas convencionais de análise, como envelope e cepstrum (ferramenta para investigar estruturas periódicas em espectros de frequência), entre outros, para detecção de defeitos em máquinas rotativas. 

Essa descoberta faz parte do mestrado dele sobre métodos de processamento de sinais para análise de defeitos em mancais de rolamento. Já em sua tese de doutorado, está estudando o dano causado por fadiga em rotores hidráulicos sujeitos a esforços dinâmicos de grande intensidade. 

As metodologias para análise de sinais de vibração fazem parte da rotina de seu trabalho. Os benefícios observados com pesquisas aplicadas foram a melhoria da qualidade dos diagnósticos e o aumento na confiança dos pareceres técnicos. 

Professor universitário há 14 anos, o engenheiro não consegue enxergar a vida longe da ciência. “Sempre estive envolvido com a academia. Concluí meu mestrado em 2018 (em Engenharia Elétrica e Computação) e iniciei o doutorado em Energia e Sustentabilidade em 2022. Pretendo concluí-lo ainda este ano”, conta. 

Ciência no dia a dia 

E os planos não param por aí. “Quero continuar estudando, fazer um pós-doutorado ou até mesmo uma nova graduação. Para ele, o principal legado de seus estudos foi a incorporação do método científico na área de influência dele. 

Borges observa que, ao longo da história, boas ideias sempre estiveram presentes, mas ele nunca testemunhou, no seu ambiente de trabalho, uma avaliação sob a ótica da metodologia científica, que inclui a formulação de hipóteses, realização de testes e conclusões. 

Isso sugere uma falta de abordagem sistemática e objetiva na análise de ideias, indicando a possibilidade de que avaliações anteriores possam ter sido subjetivas ou não baseadas em critérios científicos.

“Tudo parecia muito empírico e enviesado. Agora isso parece bastante natural e espontâneo aqui na minha área. Creio que tenha sido capaz de contribuir com essa mudança de pensamento”, avalia. 

Hoje, Borges, que tem 16 anos de casa, está numa nova linha de pesquisa no doutorado pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Ele está pesquisando como a mudança dos pontos de operação de uma turbina podem influenciar na fadiga dos componentes. Atualmente, por conta do aumento das fontes renováveis e da escassez hídrica, as turbinas em geral acabam operando boa parte do tempo fora do ponto de máximo rendimento, daí a necessidade de avaliação do dano causado por fadiga. 

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