Pessoa idosa: combater a violência envolve toda a sociedade
A longevidade crescente faz com que as cidades computem o aumento do número de habitantes na melhor idade. Isso é uma realidade. A sociedade precisa estar preparada para atender esse público com políticas públicas adequadas, pois com a saúde mais fragilidade, sem ter a mesma disposição para o mercado de trabalho, eles passam a ficar mais vulneráveis a situações de violência. Diante de tal vulnerabilidade, as ações voltadas ao Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa – comemorado na data de 15 de junho – são importantes para incentivarem o combate e a denúncia desses casos.
Atitudes do cotidiano como respeitar uma vaga de estacionamento ou o caixa preferencial reforçam a garantia dos direitos. Porém, infelizmente, em muitos casos o desrespeito e a violência acontecem dentro de casa. Não importa o tipo de violência, todas precisam ser combatidas.
“Em Toledo em 2023 foram registradas 186 casos de violências”, cita a diretora de Políticas de Cidadania e Desenvolvimento Humano, Daliana Uemura. “Destacando a negligência 33%, violência psicológica com 22,60%, e a física com 15,60%”, comenta ao mencionar que uma pesquisa referente ao 1° semestre de 2024 – com base na Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos – aponta que em nível de Brasil já ocorreram 74.620 denúncias e 429.775 violações e em nível de Paraná em maio foram 2.747 denúncias e 15.708 violações.
Infelizmente, o número pode ser maior, visto que nem todos os casos chegam ao conhecimento das autoridades. Além disso, podem existir pessoas idosas que sofrem mais que um tipo de violação.
TIPOS DE VIOLÊNCIA
O tipo de violência mais frequente contra idoso, registrada no município de Toledo, é a negligência. Daliana explica que a negligência envolve a recusa ou omissão dos cuidados devidos, em situações de múltipla dependência ou incapacidade. Em segundo lugar está a violência psicológica e social: esse tipo de violência envolve a agressão verbal crônica, desrespeito da identidade, da dignidade, da autoestima e da autonomia. Já a violência medicamentosa é a forma indevida de administração de medicamentos por familiares, cuidadores e profissionais.
Existe também a violência financeira ou econômica, a qual trata-se do uso não consentido de seus recursos financeiros e patrimoniais. Já a violência sexual envolve o abuso que visa obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças. Outro tipo de violência é a autonegligência que é a recusa de prover cuidado a si mesmo ao ponto de colocar em risco a própria vida.
Daliana pontua que a mais conhecida é a violência física: quando o uso da força física é usado para coagir a fazer o que não deseja, vindo a causar dor, incapacidade e em casos graves até mesmo o óbito. Existe também a violência institucional: aquela que é exercida nos serviços públicos e/ou privados por ação ou omissão na gestão e prestação de serviços. O abandono se manifesta pela ausência da atuação dos responsáveis governamentais, institucionais e/ou familiares na assistência e proteção quando delas necessitam.
DENUNCIAR
“É muito importante fazer a denúncia, não negligenciar as violências com medo de ‘se meter’, pois as denúncias podem ser anônimas. Também é importante lembrar de não se auto negligenciar, achar que tudo está bem passar por violência financeira, medicamentosa ou familiar: isso não está certo. Precisamos agir, por nós e pelos próximos a nós”, salienta.
CANAIS DE DENÚNCIA
O Disque 100 (Disque Direitos Humanos) é o principal canal para denunciar violência contra pessoas idosas. O atendimento é realizado 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana. Outros canais podem ser utilizados para denunciar violência contra idosos: 190 – da Polícia Militar; 181- Disque Denúncia; 197 – da Polícia Civil; delegacias; CREAS I (45) 3196-2620 e CREAS II (45) 3196-2630. “Se a situação estiver ocorrendo no momento, a recomendação é acionar a Polícia Militar pelo 190 ou comparecer em qualquer Delegacia. Também pode ligar para o Disque Idoso Paraná, 0800 141 00 01”, destaca Daliana.
Da Redação*
TOLEDO
*Com informações da Assessoria
AÇÕES
Para marcar o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa e as ações do Junho Violeta, em Toledo, foi realizada uma caminhada no Parque dos Pioneiros marcou as ações do Junho Violeta. Quase 200 pessoas, a maioria ligadas a grupos de idosos, participaram da ação na última quinta-feira (13). A caminhada foi realizada pela Secretaria de Políticas para Infância, Juventude, Mulher, Família e Desenvolvimento Humano em parceria com a Secretaria de Esportes (Smel), Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana (SSMU), Cresol, Curso de Direito da PUC-PR, Polícia Militar e Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (CMDI). Durante o mês, a coordenadoria de Políticas para a Pessoa Idosa realizará palestras em reuniões de território, em conselhos, grupos de idosos e instituições que forem convidadas para tratar sobre o tema.
*Com informações da Assessoria
Conscientização contra violência à pessoa idosa é tema de campanha no Estado
O Junho Violeta é tema de campanha do Governo do Paraná.
A data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) visa promover o combate e a conscientização contra a violência à pessoa idosa. A ação envolve uma campanha publicitária educativa orientando a população sobre uma série de crimes contra o idoso. A iniciativa também visa orientar a população para que denuncie maus-tratos contra idosos.
A data foi oficialmente reconhecido pela Assembleia Geral das ONU em 2011, após solicitação da Rede Internacional de Prevenção ao Abuso de Idosos (Inpea), que estabeleceu a comemoração em junho de 2006. A violência contra o idoso pode ser definida como um ato único, repetido ou a falta de ação apropriada, ocorrendo em qualquer relacionamento no qual exista uma expectativa de confiança que cause dano ou sofrimento a algum representante desse público.
NÃO SE CALAR
“Não podemos nos calar. Muitas vezes as pessoas idosas sofrem em silêncio e toda essa mobilização se faz necessária para que essas violências, abandono e discriminação não cresçam. A campanha vem reforçar toda a luta que temos em prol das pessoas idosas”, enfatiza a secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, cuja pasta lidera a campanha.
Entre as ocorrências que se enquadram como violência contra o idoso estão abandono, agressões físicas e verbais, discriminação, negligência entre outras. A campanha liderada pela Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi) vai reforçar para que a população denuncie crimes contra a pessoa idosa.
Da Redação*
TOLEDO
*Com informações da AE Notícias