Pia ressalta evolução da Seleção: “Este é só o início para o Brasil”
A técnica da Seleção Feminina, Pia Sundhage, concedeu uma coletiva de imprensa antes do importante duelo contra a Jamaica, que ocorrerá NESTA quarta-feira (2), às 7h, no estádio Retangular de Melbourne, em Melbourne (AUS). A treinadora sueca falou sobre a preparação, mudanças ocorridas durante seu ciclo de quatro anos à frente da Canarinho e a importância do trabalho em equipe para conquistar a vitória.
No início da coletiva, Pia comentou sobre a partida entre Brasil contra a Jamaica. As jamaicanas ocupam a vice-liderança na tabela de classificação do grupo F, com quatro pontos, enquanto o Brasil soma três. Por isso, o confronto contra a equipe centro-americana será decisivo para a Canarinho, que está preparada para os diferentes cenários que poderão enfrentar durante o duelo. O Brasil precisa vencer para se manter na competição.
“Estudar a outra equipe é muito importante e passar às jogadoras que tipo de jogo está por vir também. Um empate 0 a 0, a Jamaica está dentro, um 1 a 0 para o Brasil, nós estamos dentro. Um gol muda o jogo totalmente. Então, é claro que estamos preparadas para isso”.
“Vamos rever o que vamos fazer, mas é um bom time. Batalharam contra a França para conquistar um ponto. É um time físico, muito rápido, então é uma coisa que precisamos nos atentar contra a Jamaica”.
A união da equipe tem sido um ponto forte na Seleção. Mesmo após a derrota na última partida contra a França, as jogadoras permaneceram unidas e focadas no futuro. Essa parceria será fundamental para o desafio de amanhã.
“No dia após a derrota contra a França, entramos todas em uma montanha-russa de emoções, mas deixamos isso para trás. Agora, é o tempo e a chance para preparar para o próximo jogo. ‘Juntas’ é uma palavra, temos que ter ações por trás das palavras. Eu pergunto isso a elas, o que significa essa palavra para cada uma. Isso é tudo. Sobre essas ações, espero que a gente as faça”.
CRESCIMENTO – À frente da Canarinho nos últimos quatro anos, a treinadora enfatizou o crescimento da modalidade no Brasil. Na última final do Brasileirão Feminino, por exemplo, foi registrado um recorde de público, com 77.440 torcedores presentes nas partidas de ida e volta da competição. Esse feito não ocorreu apenas devido à visibilidade proporcionada pela mídia, mas principalmente pela evolução na qualidade de jogo apresentado pelas jogadoras. Essa evolução reflete tanto no cenário nacional quanto no desempenho da Seleção Brasileira.
“Eu tenho a experiência de quatro anos. Quero acreditar que fizemos diferença e mudanças em quatro anos, e é só o início. Eu lembro do primeiro jogo que vi de clubes, do Internacional, e comparo ao último que vi do Corinthians, na final. Não só a diferença de público, mas de atitude. Quero acreditar que essas mudanças foram feitas. Quando olho para a Seleção, vejo mudanças no estilo de defender. Você pode vencer um jogo e você pode controlar um jogo defendendo bem. Você não precisa ter 60% de posse de bola para vencer um jogo, um bom exemplo disso é o Japão, mas esse não é o estilo do Brasil. A personalidade do ataque virá com uma defesa sólida. Acho que essa foi a principal mudança na Seleção”, enfatizou Pia.
RENOVAÇÃO – A renovação de atletas tem sido um dos pontos principais da ‘Era Pia’. Nesta Copa do Mundo, são 11 estreantes, com uma média de idade de 27,5 anos. A chegada de novas jogadoras na Seleção tem contribuído não só com energia dentro e fora de campo, mas também no fortalecimento do ataque da Canarinho.
“Temos algumas jogadoras que nunca tiveram experiência de Copa do Mundo antes. Tomara que, para amanhã, elas tragam essa personalidade brasileira, de ataque, e sejam tão felizes dentro de campo como elas são fora. Usar essa energia. Ao mesmo tempo, ser inteligente e organizado na defesa. As coisas estão acontecendo, mas reitero: este é só o início para o Brasil. As coisas estarão bem diferentes daqui a quatro ou oito anos”, finalizou.
RIO DE JANEIRO
