PR é destaque em ações de apoio a processos agroecológicos
O Paraná tem o maior número de municípios com ações de apoio a processos agroecológicos entre 26 estados pesquisados pela Articulação Nacional da Agroecologia (ANA) e o Governo tem fortalecido a pesquisa e a extensão voltadas à agroecologia.
Na pandemia, observou-se que parte da população escolheu produtos mais saudáveis, destacando-se os agroecológicos, para o preparo da comida caseira. Para atender cada vez mais esse público, o Estado implementa um programa de promoção da agricultura orgânica. A proposta é incorporar mais sete mil produtores à atividade, totalizando em torno de dez mil agricultores neste ramo. Com isso, prepara o caminho para atingir 100% da alimentação escolar proveniente da agroecologia. Em 2018, era de 8%, e, em 2020, chegou a 17%, superando a meta de 15%.
Para isso, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) uniu a pesquisa agroecológica e a extensão rural, facilitando o trabalho de reconversão das propriedades e auxiliando na construção de bases produtivas capazes de atender a merenda escolar e o mercado consumidor como um todo.
PESQUISA – O Paraná é um dos líderes nacionais na produção de alimentos orgânicos, concentrada, sobretudo, em hortaliças. Mas outras cadeias, como do feijão e do leite, já estão na mira do IDR-Paraná.
Segundo o coordenador estadual do Programa de Agroecologia do IDR-Paraná André Luis Alves Miguel, as equipes desenvolvem um trabalho envolvendo investigações sobre manejo do solo e plantio direto de hortaliças, além de estudos para produção de frutas orgânicas, particularmente uvas rústicas, amora e mirtilo.
A produção orgânica fomenta um cultivo sustentável e promove a biodiversidade. Também não utiliza agrotóxico ou adubo químico. Miguel explica que esse tipo de produção proporciona o alimento mais seguro; ‘amigável’ ao meio ambiente, promove menos degradação ao solo e mais biodiversidade ao sistema de produção.
EVOLUÇÃO – No Paraná, 3.866 agricultores de produtos orgânicos estão certificados no Estado. Atualmente, a região Metropolitana concentra o maior mercado consumidor, sendo mais consciente e ativo no Paraná. Contudo, na última década, o Estado viu crescer em Marechal Cândido Rondon, Toledo e Cascavel essa produção. Municípios de Capanema, Realeza, Londrina, Maringá, entre outros, também investiram neste cultivo.
Na região Oeste, Miguel salienta que existe uma conjuntura diversificada devido ao envolvimento de entidades que atuam com agroecologia, como o Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa), a Biolabore ou a Itaipu Binacional. “São entidades que colaboram com pesquisas e realizam trabalhos em suas comunidades”.
COMÉRCIO – A pesquisa é fomentada por instituições nos municípios, mas também é preciso existir a demanda pelo alimento orgânico. Hoje, conforme o profissional, ela está presente mais nos grandes centros e existe uma tendência de mudança neste cenário. Mas, os obstáculos são diversos. “Em algumas cadeias, os desafios são logísticos. Em outras, as dificuldades estão relacionadas a técnica para a produção, como para os grãos. Precisamos de mais pesquisa para avançar no sistema de produção, em produtividade e qualidade”.
Nos últimos dois anos com o advento da pandemia, o Paraná teve uma explosão por alimentos orgânicos no Brasil e no Mundo. Segundo Miguel, as pessoas passaram – naquele momento – a se preocupar mais com saúde. “A boa alimentação estava atrelada a boa saúde. As pessoas passaram a procurar mais os produtos orgânicos e essa é uma tendência mundial, porque a produção orgânica está em constante crescimento nas últimas décadas”.
O coordenador enfatiza que a produção orgânica traz benefício ao cidadão e à natureza. “A princípio, o impacto imediato é observado na alimentação, mas ela traz benefícios à sociedade em diferentes aspectos. Nós trabalhamos para proteger o solo, as águas, cuidar das questões sociais e uma série de questões previstas na legislação”.
Miguel finaliza que o agricultor com interesse em cultivar produtos orgânicos deve procurar pelo atendimento em escritórios do Instituto. “As equipes estão à disposição para atender e auxiliar nas necessidades dos agricultores”.
Da Redação
TOLEDO
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