Prevenção e diagnóstico do câncer bucal foi tema de palestra promovida pela Escola do Legislativo

É preciso ficar atento aos sinais. Esse foi o alerta dado pelo cirurgião-dentista Prof. Dr. Acir José Dirschnabel, durante evento em formato presencial e on-line promovido pela Escola do Legislativo, da Assembleia Legislativa do Paraná, que apresentou as formas para se prevenir e diagnosticar o câncer bucal. Uma doença, que segundo Dirschnabel, se manifesta através de aftas e feridas na boca e garganta, podendo desenvolver nos lábios, língua, céu da boca, gengiva, amígdala e glândulas salivares.

O professor, que atua na Universidade Positivo em Curitiba e também é professor convidado de Residência Multiprofissional do Hospital Erasto Gaertner – Área de Cirurgia Bucomaxilofacial, recomenda a autoavaliação mensal e a visita regular ao dentista, ao menos a cada seis meses. “Com uma espátula de madeira é possível fazer essa autoavaliação. O recomendado é uma vez ao mês”, disse lembrando que é preciso verificar os lábios, a parte interna da boca, sob a língua, a língua, as bochechas. Ele alerta ainda que as pessoas que possuem próteses removíveis precisam retirá-las para fazer a higienização. “É como tomar banho com roupa. Retirar a prótese para a higienização é fundamental”, ressalta.

Ele lembra que nem toda ferida ou afta é câncer, mas pode vir a se tornar, por isso o acompanhamento é fundamental e também a realização de uma biopsia para certificação do caso. “É uma pequena ferida, parecida com afta, só que não cicatriza, que dura mais de 15 dias. Durou mais e 15 dias procure ajuda”, alertou. “Tenho realidade em que o paciente chegou até o serviço para fazer atendimento nove meses depois. É muito tempo para a doença evoluir. É uma doença curável desde que seja feita no tempo certo”, completou o professor.

Dirschnabel lembra ainda que essas lesões são os primeiros sinais para a doença, por isso é preciso estar atento aos sinais. “Existem essas lesões iniciais, pequenas, mas essas lesões têm tratamento, tem cura e muitas pessoas que fizeram o tratamento tem uma vida normal. O pontapé inicial é o aparecimento da lesão que em estados mais avançados tem um comprometimento sistêmico. As feridas não doem. Em casos mais avançados, os pacientes têm dificuldades de falar, emagrecimento rápido, são sintomas mais avançados”.

O câncer bucal atinge em média 15 mil pessoas, a cada grupo de 100 mil habitantes, todos os anos, em especial os homens acima dos 40 anos. Estima-se que no Paraná ocorram 102 mil casos da doença em 2023, sendo que 80% nos homens.

Pessoas que fumam e consomem bebidas alcoólicas excessivamente têm maior risco de desenvolver a doença. O risco aumenta quanto maior for o número de cigarros e de doses de bebidas consumidos. Essas pessoas devem ficar atentas e consultar um profissional a cada seis meses. Mas a boa higienização bucal e alimentação também são fundamentais para evitar a doença. “As principais causas do câncer são as várias formas de consumo do tabaco (cigarro, cigarro eletrônico, narguilé), bebida de álcool, exposição solar, uso de agrotóxico, entre outras. Mas se eu pudesse dar três dicas: pare de fumar; não consuma bebida de álcool e evite exposição solar”.

Ao final, o professor agradeceu a possibilidade de apresentar o assunto na Assembleia Legislativa do Paraná, o que considerou de “extrema importância. Grato por estar aqui falando para pessoas com diferentes graus de conhecimento. Estamos aqui para divulgar o tema. Cada oportunidade é extremamente válida, pois a melhor forma de prevenir é a informação”.

Informação que também é levada à população todos os anos, através da campanha Novembro Vermelho, instituída através da lei 19.868/2019, proposta na Assembleia Legislativa pelo deputado Ademar Traiano (PSD), que visa conscientizar a população sobre a importância de prevenir e combater precocemente o câncer de boca. “É uma lei de extrema importância, pois estimula as pessoas a procurarem o tema. É hora de usar a mídia para alertar que a doença existe, que tem que conversar sobre o assunto. É sempre importante falar sobre, como disse o deputado Traiano, não só em novembro, mas durante todo o ano. Bom se tivéssemos esse alerta de janeiro a dezembro”, disse o professor Acir.

Opinião também compartilhada pela Dra. Carolina De Oliveira Azim Schiller, que integra a equipe técnica da Divisão de Saúde Bucal da Diretoria de Atenção e Vigilância em Saúde e que representou o secretário de Estado da Saúde, César Augusto Neves Luiz, durante a palestra. “É um tema extremamente relevante para o estado e a saúde pública do Paraná. A Secretaria de Saúde tem um programa específico para a detecção do câncer bucal e uma capacitação on-line, iniciada em 2022, com o objetivo de qualificar os profissionais da rede para o diagnóstico, dar os devidos encaminhamentos e orientando sobre as manifestações clínicas, ajudando no diagnóstico precoce. São números bastante preocupantes. Temos a lei de 2019, que instituiu a campanha do Novembro Vermelho, e temos feito ações durante o mês de novembro para justamente fazer a prevenção e controle do câncer bucal”, disse.

Da ALEP

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