Produtores de hortaliças já contabilizam prejuízos com a geada

O mês de junho está se despedindo com clima gelado e temperaturas bem baixas na região Oeste. Na madrugada de ontem (29), os termômetros chegaram a marcar -1º C em Toledo. A grama esbranquiçada indicava a primeira geada do inverno, em 2021. Quem levantou cedo da cama ainda conseguiu fazer um registro do fenômeno no capô dos veículos. Apesar de bonita, a geada preocupa quem tem o ‘escritório’ a céu aberto.

Os produtores de hortaliças são os primeiros prejudicados com a geada. Os canteiros de verduras e de legumes ficam expostos as ações do clima com sol forte, chuva e ainda a formação de geada nesta época do ano.

Com um investimento muito alto, as estufas ainda não são uma realidade de todos os produtores de Toledo. “Quase ninguém tem estufa. Aqui tem produtor com até cinco alqueires de horta e o custo seria muito alto para a instalação em uma área desse tamanho”, comenta o presidente da Associação dos Feirantes de Toledo (Afertol) José Martins.

O período de seca, apesar de comprometer algumas culturas como a da soja e do milho, não atrapalha o homem do campo que trabalha com hortaliças. As propriedades contam com sistema de irrigação que fornece a umidade necessária para o bom desenvolvimento das verduras e das legumes.

Mas é quando as temperaturas ficam bem baixas que a preocupação dos produtores aumenta. A formação de geada pode provocar prejuízos econômicos na produção.

Os impactos da geada na produção de hortaliças é grande. A geada é definida como o congelamento dos tecidos vegetais que provoca a morte das plantas ou suas partes, em função da baixa temperatura do ar, que atinge 0°C, havendo ou não a formação de gelo sobre os tecidos.

PREJUÍZOS – Produtores de Toledo já contabilizam prejuízos com a geada registrada em Toledo na terça-feira (29). “Alguns já me relataram que não têm alface para levar hoje (30), na feira do Centro. Outros produtores que observaram seus canteiros com geada vão poder analisar os prejuízos nos próximos dias”, afirma Martins ao analisar que aproximadamente 50% dos produtores de hortaliças poderão ter perdas se a geada também ser formar nos próximos dias.

Além da alface, outras hortaliças folhosas como almeirão, acelga e rúcula são cultivadas nessa época do ano em Toledo. Todas também podem ser impactadas pelo fenômeno. Com a perda de parte da produção, o presidente da Afetol acredita que os preços dos produtos que não sofreram danos com a geada poderão subir.

“Cada produtor irá avaliar nos próximos dias a sua produção, seus canteiros e analisar o que se perdeu e o que ainda pode ser aproveitado. Ainda não comentaram sobre subir o valor do produto”, acrescenta.

A formação de geada pode comprometer uma produção inteira de uma propriedade. “Em Toledo são 15 produtores de hortaliças que comercializam os alimentos nas feiras da cidade. Quase todos têm essa atividade como o principal sustento da família. O prejuízo de uma geada acaba comprometendo a renda da família”.

ANÁLISE – Se nos canteiros de hortaliças o prejuízo já é contabilizado imediatamente, nas lavouras de grãos os impactos da geada são avaliados posteriormente. O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) faz uma análise da quebra em decorrência da geada nas avaliações rotineiras. “Todo trabalho é feito por acompanhamentos e as reduções são realizadas de acordo com andamento da safra e com os relatórios a cada fim de mês”, afirma o técnico Paulo Oliva.

Da Redação

TOLEDO

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