Professores da UEPG propõem novo método de investigação forense a partir do solo

Pesquisadores do curso de Física da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) publicaram na última edição da Revista Brasileira de Ciência do Solo o artigo “A novel approach based on X-ray fluorescence and photon attenuation to the analysis of soils for forensic investigation” – “Uma nova abordagem baseada em fluorescência de raio-x e atenuação de fótons para a análise de solos em investigação forense”, em tradução livre. 

Hoje, a UEPG ocupa lugar de destaque na área de ciência do solo: 8ª no Brasil, 12ª na América Latina e 201ª no mundo no ranking que avalia como atividades de pesquisa, resultados de inovação e impacto social. 

O trabalho, assinado pelos pesquisadores doutores Luiz Fernando Pires, Luis Prandel, Sérgio Saab e André Brinatti, propõe um novo método de investigação forense que aumenta o número de parâmetros a serem medidos quando uma amostra de solo é coletada em uma cena de crime. A inovação pode facilitar a discriminação de solos, mesmo que algumas características sejam similares.

Luiz Fernando Pires salienta a importância desta pesquisa como um método que pode ser implantado no dia a dia daqui a alguns anos. “Esse estudo apresenta um novo método que utiliza técnicas nucleares na caracterização do solo para aplicações na área forense. Como trata-se de uma proposição de método nunca realizado, o trabalho traz uma aplicação na fronteira do conhecimento na área de física aplicada a solos e ciência do solo forense”, destaca.

Os professores explicam que essa área da ciência envolve a utilização de solos na solução de crimes, ou seja, são usadas amostras coletadas em cenas de crime sob investigação (CSI) e elas são levadas a laboratórios, onde são confrontadas com outras amostras de solos coletadas nas roupas, calçados ou pneus dos veículos suspeitos, o que pode ajudar a determinar a origem do conflito.

“O artigo publicado representa um avanço na área da ciência do solo forense. Existe a possibilidade de que ele receba inúmeras citações ao longo dos anos, de modo a contribuir para uma melhor avaliação da universidade nos diferentes rankings internacionais”, enfatiza Pires.

GRUPO DE PESQUISA – O grupo de Física Aplicada a Solos e Ciências Ambientais (Fasca) tem contribuído, ao longo dos últimos 26 anos, com inúmeras pesquisas na área da ciência do solo no País. Atualmente, é o único no Brasil com físicos trabalhando exclusivamente com solos. 

O Fasca atua em pesquisas na área de ciência do solo, contribuindo com vários estudos que têm trazido avanços na área, principalmente na caracterização da estrutura. O grupo é um dos mais importantes no País no uso de microtomografia no estudo de meios porosos.

“Desenvolvemos estudos na área forense usando técnicas nucleares na ciência do solo há vários anos. Os principais envolvem técnicas como atenuação de raios gama e tomografia de raio-X”, aponta Pires.

Para Saab, a aplicação na área forense trará resultados importantes para a UEPG. “Sendo o único grupo de físicos trabalhando com aplicação em forense, a inserção internacional é importante para o grupo e consequentemente para a UEPG, pois assim trará interesse de pesquisadores nacionais e internacionais para realizarem parceria em futuros projetos em forense”, afirma.

Da AEN

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