Projeto da UFPR ‘Haiti Mais’ visa universalizar o acesso à saúde

Minimizar o medo enfrentado pela haitiana durante a gestação e ao parto dentro de uma cultura totalmente diferente da sua e universalizar o acesso à saúde são alguns dos objetivos do projeto de extensão da Universidade Federal do Paraná (UFPR) ‘Haiti Mais’.

De acordo com a professora e obstetra Dra. Patricia Leen Kosako Cerutti, o projeto ‘Haiti Mais’ busca oferecer apoio e dar suporte para sanar dúvidas sobre o período do pré-natal até o parto. A atividade também pode facilitar o atendimento e melhorar a relação entre médico/paciente nas consultas das gestantes no Sistema Único de Saúde (SUS).

Dra. Patrícia explica que algumas mulheres estrangeiras não falam ou compreendem o idioma local, o que dificulta sua comunicação com os profissionais. “Assim, pensando na importância do pré-natal para a mãe e para o bebê, o projeto ‘Haiti Mais’ surge como uma forma de facilitar o diálogo das gestantes haitianas durante o acompanhamento do pré-natal e auxiliar aos profissionais envolvidos no atendimento”.

AÇÕES – A ideia do projeto ‘Haiti Mais’ surgiu em agosto do ano passado durante um período de estágio dos integrantes da Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia (Lago) da UFPR, campus Toledo.

O estágio foi realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS) Paulista, em Toledo, e os alunos atenderem muitas gestantes (inclusive pacientes haitianas), auxiliando nas consultas de pré-natal.

Neste ano, os acadêmicos estão na ativa. Agora, na fase de tradução. “Nós recebemos uma solicitação para que uma orientação fosse traduzida. As informações irão auxiliar o trabalho das obstetras e, posteriormente, colaborar com a gestante haitiana”.

O material traduzido é referente a coleta da primeira urina da gestante na manhã. São orientações (um passo a passo) de como essa ação deve ser realizada pela mulher. As informações destacam a importância da higienização da região íntima com água e sabonete; enxaguar bem e secar com toalha limpa (que não tenha sido usada anteriormente); abrir o frasco no momento da coleta e com as mãos higienizadas; assim como manuseá-lo e não colocar a parte interna da tampa do frasco em contato com a pia, vaso sanitário e mãos.

Outras informações destacam que a amostra deve ser entregue ao laboratório em menos de uma hora, se não puder, mantenha a urina em geladeira por, no máximo, duas horas antes de entregar e que a amostra não deve ser deixada em locais quentes, mesmo durante o transporte, pois deve estar protegida do sol.

CARTILHA – O projeto ‘Haiti Mais’ tem como proposta ainda elaborar uma cartilha da gestante, traduzida para o francês e o crioulo, com informações sobre o pré-natal, amamentação, planejamento familiar, etc. A cartilha terá como base o Guia da Gestante já usado em todo o Paraná, chamado de Mãe Paranaense.

“Iremos traduzir as informações previamente propostas por esse guia e elaborar textos e imagens explicativas sobre temas fundamentais para o pré-natal, puerpério e cuidado com o recém-nascido”, recorda a médica.

A professora Dra. Patricia pontua que a UFPR – campus Toledo – tem muitos projetos de extensão voltados para a comunidade e, dentre eles, o ‘Haiti Mais’ agrega ainda mais no atendimento das gestantes haitianas. “Estamos ainda plantando as sementinhas, mas que no futuro, a intenção é colher frutos com a melhor compreensão no atendimento das haitianas e redução de trabalho de parto prematuro, riscos de infecções e mortalidade perinatal”.

Em agosto, a professora deve participar de uma reunião com a Prefeitura de Toledo para dialogar sobre as dificuldades observadas nos serviços. O encontro visa auxiliar a comunidade haitiana como os profissionais da rede pública de Toledo.

Da Redação

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