Putin promete a Biden ruptura se houver sanções por crise na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, alertou o americano Joe Biden que novas sanções podem levar ao rompimento das relações entre Rússia e EUA, classificando-as como um “erro colossal”. As declarações foram feitas ontem durante um telefonema de 50 minutos, no qual os dois discutiram a crise na Ucrânia. Após a ligação, um assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, afirmou que a Rússia ficou satisfeita com as “garantias de segurança” exigidas por Moscou.

Na Casa Branca, um alto funcionário afirmou que Biden disse a Putin que os EUA estão “preparados para responder” a uma possível ofensiva na Ucrânia. Não ficou claro se essa resposta aconteceria em termos econômicos ou militares, embora o americano tenha descartado enviar tropas à região.

A tensão entre Rússia e o Ocidente cresce à medida que Moscou reúne dezenas de milhares de soldados na fronteira com a Ucrânia. Os EUA e seus aliados da Otan e do G-7 temem que o movimento possa ser o início de uma invasão e prometeram pesadas sanções se isso acontecer. Moscou nega ter planos de atacar a Ucrânia.

De acordo com a Casa Branca, a intenção de Biden era reforçar, no telefonema, que ainda existia um caminho diplomático para a superar a crise, embora Putin tenha ordenado o deslocamento de 100 mil militares para a região nos últimos dois meses.

DESCONFIANÇA

A ligação, que foi solicitada pelo Kremlin, ocorre no momento em que autoridades americanas e russas se preparam para reuniões em 10 de janeiro em Genebra. A Casa Branca disse que Biden e Putin não devem participar das próximas negociações. A Ucrânia já havia sido objeto de debate entre os dois em uma videoconferência no início do mês.

“Estamos em um momento de crise, e já faz algumas semanas, em razão do crescimento da Rússia, e será necessário um alto nível de engajamento para resolver isso e encontrar um caminho de desaceleração”, disse um oficial americano sob condição de anonimato.

A Rússia teme a entrada da Ucrânia na Otan e pede o fim da expansão da aliança militar em regiões perto de suas fronteiras. A chancelaria russa já alertou que a entrada de Ucrânia e Geórgia poderia levar a um conflito militar. Os EUA e a Europa se recusam a oferecer as garantias que Putin exige. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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