Secretária americana discute crise imigratória com autoridades brasileiras
A informação foi divulgada pela Embaixada dos Estados Unidos em Brasília. A visita ocorreu nos dias 21 e 22. De acordo com o escritório norte-americano, “a visita fez parte da contínua discussão com o governo brasileiro sobre as tendências migratórias e recomendações de políticas públicas para melhorar a cooperação regional”.
O número de brasileiros que cruzaram ilegalmente a fronteira dos EUA com o México no último ano fiscal americano atingiu um recorde histórico e superou em quase oito vezes os dados do período anterior. Os números foram divulgados na sexta-feira, 22, pelo Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras dos EUA (CBP, por sua sigla em inglês).
Nesta semana, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu que países da região se engajem em uma ação rápida e coordenada para conter o que ele classificou como um “problema insustentável”. Na terça-feira, Blinken telefonou para o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, o americano “reconheceu a liderança do Brasil na assistência a populações vulneráveis de imigrantes, incluindo haitianos e venezuelanos”.
A secretária adjunta, por sua vez, se reuniu com o secretário para Assuntos Consulares, Cooperação e Cultura do Itamaraty, Leonardo Gorgulho, e representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública em Brasília. Os assuntos prioritários discutidos, de acordo com a embaixada norte-americana, foram os programas e medidas para melhorar a gestão migratória e garantir uma migração ordenada, segura e regular, além de cooperação em relação aos haitianos legais no Brasil que tentam entrar ilegalmente nos EUA.
“O Brasil tem sido um modelo de generosidade em receber venezuelanos, haitianos e outros que precisam de apoio humanitário e proteção. O Brasil é um parceiro excepcional para ajudar a região a lidar com nossos desafios de migração”, disse a secretária adjunta, conforme a embaixada. “As reuniões frutíferas com nossos homólogos brasileiros se concentraram em encontrar soluções para muitas das questões atuais, incluindo a repressão às organizações criminosas transnacionais, aos contrabandistas e aos traficantes que exploram migrantes vulneráveis.”
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