Seleção de ginástica rítmica disputa Copa do Mundo com caloura como destaque
Geovanna Santos da Silva, ginasta que vai estrear em competições pela seleção, chama atenção principalmente por causa da sua trajetória de superação. Ela é fruto de um projeto familiar. Nascida no norte do Espírito Santo, em Pinheiros, maior polo produtor de mamão do País, a ginasta de 18 anos chegou aonde chegou com muito esforço dos Silva.
Depois de a atleta conseguir aprovação num teste para ingresso no clube Ítalo-Brasileiro, em Vitória, o pai deixou um trabalho na extração de granito e, na capital capixaba, foi encontrar colocação na fabricação e montagem de aparelhos de academias de musculação. Hoje, Amarildo trabalha como pedreiro e entrega coco em quiosques das praias.
Já o irmão da atleta, João, também apaixonado por esportes, foi fazer Educação Física e se tornou árbitro de ginástica rítmica, com a intenção de ajudar a irmã e sua treinadora na montagem de séries.
“Acompanhava as competições da minha irmã e não entendia porque às vezes saíam umas notas baixas para séries super-bem preparadas. Aí resolvi fazer um curso de arbitragem para poder ajudar a Gigi (Gizela Batista), que era a técnica da Geovanna no individual, a preparar o trabalho. Como ela é muito aberta a essas contribuições, formamos um ótimo time”, diz João, que se empolgou com a GR, a ponto de abrir o Centro de Treinamento Geovanna Santos, uma academia especificamente voltada para a prática do esporte.
Geovanna é toda agradecimentos. “É muito importante saber que posso contar sempre com a minha família. Eles largaram tudo para trás, mudaram-se para a capital para que eu pudesse realizar todos os meus sonhos. Minha família é a base de tudo, sempre pude contar muito com o apoio deles, principalmente do meu irmão, que é o meu maior incentivador. Ele contribui para o meu crescimento no esporte, dando várias dicas para eu melhorar, seja na parte corporal ou na artística, e isso é muito importante para mim.”
Com talento de sobra, mas grana curta, Geovanna sempre soube que teria que se desdobrar para poder realizar seus sonhos. “Foram anos vendendo docinhos, rifas e livros de ouro para poder ir para campeonatos e treinamentos quando competia no individual. Quando recebi a notícia da convocação, fiquei muito feliz, chorei muito, por saber que tudo valeu a pena e continua valendo. Hoje sou ginasta da Seleção Brasileira e vou poder representar o meu País. Estamos perto de conquistar a vaga e de participar da Olimpíada, e isso é maravilhoso, só tenho que agradecer a todos que fazem e que fizeram parte desse processo.”
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