Sescoop lança programa de sustentabilidade em Toledo

O conceito expresso pela abordagem de ESG (Environment, Social and Governance – boas práticas ambientais, sociais e de governança) ganha força como fator de diferenciação nos negócios. O Programa “ESG+Coop” integra o Plano Paraná Cooperativo 200 (PRC200), o planejamento estratégico de desenvolvimento do cooperativismo paranaense. Em Toledo, o Programa de Sustentabilidade do Cooperativismo Paranaense foi lançado na última quinta-feira (27), na sede da Sicredi Progresso PR-SP.

A sistematização e organização das ações de ESG das cooperativas foi uma demanda identificada nas entrevistas com lideranças, dirigentes e gestores do setor. Segundo o superintendente Sescoop/PR Leonardo Boesche, o objetivo é criar um programa de monitoramento, avaliação e certificação das cooperativas do Paraná, com o foco no atendimento a requisitos ambientais, sociais e de governança e desempenho.

FORTALECIMENTO – O projeto ESG+Coop tem como resultados esperados o fortalecimento da imagem das cooperativas, com a sistematização e a divulgação do que o setor faz para a melhoria das questões ambientais e os impactos sociais positivos da cadeia produtiva do cooperativismo.

Diante de um cenário de maior exigência do mercado, um relatório de atividades consistentes, que demonstrem as ações concretas de ESG, abre oportunidades de negócios e melhora o acesso a crédito aos empreendimentos cooperativistas. “Queremos trazer às cooperativas mais conhecimento e demonstrar o funcionamento do Programa. A aceitação está sendo boa nos locais em que o Programa é lançado”, destaca Boesche.

O conceito ESG é o assunto do momento. “Organizações, empresas e cooperativas comentam sobre a temática. As cooperativas são entidades que nascem e trazem em seu DNA a sustentabilidade. Neste momento, o desafio é medir e demonstrar cada resultado atingido, principalmente quando o assunto não é numérico”, enfatiza o superintendente Sescoop/PR.

METODOLOGIA – Disseminar a metodologia para as cooperativas e demonstrar para a sociedade – em um futuro bem próximo – o que é o cooperativismo no Paraná e os seus resultados são os principais objetivos do Programa. “Cada cooperativa deve apresentar suas métricas. O mercado e os bancos realizam essas cobranças. Qualquer banco ao realizar um empréstimo para uma empresa precisa analisar o fator sustentabilidade (por exemplo)”, menciona Boesche.

Ele explica que cada cooperativa deve compreender qual é a exigência de mercado e, principalmente, como a informação deve ser apresentada mantendo a característica de cooperativa. “A ideia é ter um padrão de mensuração. No futuro, comparar cada cooperativa, ampliar o seu desenvolvimento e ter uma certificação estadual”.

CAPACITAÇÃO – Neste momento, é preciso que a cooperativa interessada passe por um processo de formação para nivelar o conhecimento. “Nós temos duas instituições de ensino capacitadas, que ajudam a desenvolver as metodologias” afirma Boesche. Atualmente, o Paraná possui um contingente de 226 cooperativas, sendo que em média 80 estão presentes na região Oeste do estado. “É um trabalho que deve ser gradativo. São diversos ramos, como agronegócio, crédito, saúde, transporte, trabalho, consumo e social. Cada ramo possui a sua particularidade e cada cooperativa possui parâmetros diferentes de organização”, salienta o superintendente Sescoop/PR.

Ele esclarece que a sustentabilidade pressupõe três grandes pilares: ambiental (cuidado com o nosso meio ambiente), social (preocupação com as pessoas), governança (preocupação com a empresa). “É preciso existir um equilíbrio entre os fatores para que a empresa, a instituição ou as pessoas consigam passar por esse mundo em condição favorável e deixar um bom ambiente para as outras gerações”.

ORGANIZAÇÃO – Conforme o presidente do Sistema Ocepar José Roberto Ricken, a maior empresa paranaense é a cooperativa. “A sustentabilidade vai a fundo na gestão econômica e exige das empresas uma organização mais completa. O cooperativismo permite realizar um bom planejamento. A ESG vai a fundo nas questões econômica, social, gestão e ambiental. E o que as cooperativas podem contribuir com isso? Tudo. O Paraná possui cerca de três milhões de cooperados. As cooperativas são responsáveis pela geração de mais de 140 mil empregos diretos”.

Para o diretor Executivo Sicredi Progresso PR/SP Inácio Cattani foi um prazer receber o lançamento do Programa. “Todas as pessoas são bem-vindas ao Sicredi Progresso. Ao nosso espaço de estudo e em um local que queremos viver bons momentos. Estou na Cooperativa há 35 anos e é uma satisfação estar envolvido nessa iniciativa”.

Programa precisa padronizar métricas, explica Maria Emília

Maria Emília destaca os desafios do Programa – Foto: Graciela Souza

Trabalhar nas três dimensões que formam a sigla ESG (Environment, Social and Governance – boas práticas ambientais, sociais e de governança) é um desafio, dada à complexidade dos temas. Mas é preciso começar e atuar para descomplicar o processo, organizando os indicadores do sistema, para ter padrões comparativos, com a emissão de certificação às cooperativas que estiverem atuando conforme os preceitos exigidos pelo mercado.

Segundo a gerente de desenvolvimento cooperativo Sescoop/PR Maria Emília Pereira Lima, os principais desafios são desvendar o conceito de ESG aos participantes e também para a sociedade. “Algumas cooperativas relatam que praticam ou possuem o conceito. Contudo, ao analisar na prática o conceito fica algo subjetivo e, com isso, não é possível evidenciar os indicadores de boas práticas ou as evidências que os serviços estão corretos”.

Maria Emília destaca a necessidade de levar o entendimento para cada cidadão; para que ele compreenda o assunto. “Os mercados financeiro e internacional começarão a exigir para que estejamos preparados para atender as esferas ambiental, social e governança”, menciona.

ANÁLISE – Ao analisar o assunto por ramo, o agronegócio é uma pauta que está no topo. “Como é uma área que sente muito a questão ambiental, a abordagem está mais adiantada. Já o ramo crédito tem uma questão de regulamentação. O mercado vai exigir que tenhamos boas práticas. Porém, a maior fragilidade está no meio ambiente, porque existe a necessidade de comprovar as boas práticas com relação aos cuidados”, destaca Maria Emília.

De maneira geral, a gerente de desenvolvimento cooperativo Sescoop/PR pondera que muitas cooperativas se interessaram pelo Programa e encaminham a carta de intenção para começar os treinamentos. “Elas desejam melhorar os índices de boas práticas. Vamos para o curso levar educação para as ESGs. Nós também trabalharemos com as definições de indicadores, pois precisamos criar métricas padronizadas para que elas (por ramo) tenham comparação para medir e aferir as evidências”.

Da Redação

TOLEDO

...
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.