Setor farmacêutico: a importância dos serviços em tempos de pandemia

O setor farmacêutico ganhou mais representatividade desde o início da pandemia. Assistência, repasse de informações, capacitação para realização de teste rápido de Covid-19 integram a lista de serviços prestados pelo segmento. Desde o início, esses profissionais atuam na linha de frente, enfrentaram e ainda enfrentam diversos desafios.

“Como linha de frente desde o início da pandemia, os farmacêuticos precisaram se capacitar em todas suas áreas de atuação com protocolos, assistência, informações para prestação de cuidados a sua saúde e principalmente, da população”, aponta a doutora em Biotecnologia Aplicada à Agricultura, farmacêutica generalista e professora da Universidade Paranaense (Unipar), campus Toledo, Giuliana Zardeto.

Seja na atuação em âmbito hospitalar, farmácia de dispensação ou outra área, segundo Giuliana, onde a necessidade da compra dos insumos se antecipou a linha de frente, e a constante falta e desabastecimento no mercado dos principais medicamentos, estreitaram os conhecimentos farmacológicos para a realização de todas as possíveis substituições por medicamentos equivalentes ao tratamento de todos pacientes.

“Este procedimento atingiu todas as áreas farmacêuticas, por exemplo, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Pronto Atendimento, laboratórios de análises clínicas, farmácias comunitárias. Ou seja, cada segmento com sua particularidade, prestando atendimento assistencial a população”, salienta a doutora.

PROXIMIDADE COM A POPULAÇÃO – De acordo Giuliana, o farmacêutico sempre foi o profissional de saúde mais próximo da população. Ela acrescenta que as farmácias, cada vez mais, assumem seu papel neste cenário, e isso ocorre desde 2014 com a  Lei 13.021/2014 que define farmácia como “unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva”.

“A farmácia é um estabelecimento de saúde onde se faz necessário a assistência de um profissional farmacêutico em tempo integral. Junto com todas essas mudanças, a farmácia clínica ganhou seu espaço, onde o cliente tornou-se de fato paciente e os profissionais cada vez mais vêm buscando aprimorar seu conhecimento e levar qualidade aos pacientes. Para isso, a farmácia clínica e a busca de conhecimento contínuo tornaram-se necessário, levando em conta o cenário atual, como também, a agilidade e a praticidade na busca de serviços com segurança ao paciente são imprescindíveis. O bom profissional que busca todos esses avanços tem que estar preparado, com todas as inovações para o cenário atual e sempre pensando no futuro”, declara.

AVANÇOS DO SETOR – A profissional destaca que, assim como os hospitais e as UBSs, as farmácias se tornaram importantes pontos de apoio durante a pandemia. Desde a liberação dos testes de Covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril de 2020, a farmácia ganhou força e poder para este cenário, pois desde o início também assumiram o risco de enfrentar o desconhecido, prestaram assistência aos pacientes e contribuíram no auxílio do diagnóstico.

“A lei prevê que os resultados dos exames sejam entregues aos pacientes com interpretação dos profissionais de saúde capacitados para sanar eventuais dúvidas e o farmacêutico é um desses principais profissionais. O texto da norma também discorre sobre a preferência de realização dos testes na modalidade drive-thru, ou em espaço externo às farmácias, com o propósito de manter a segurança dos usuários presentes no local. Esse avanço, com toda a certeza, tem que ser encarado como vitória para o setor farmacêutico e principalmente a população, desde o início da pandemia, as testagens foram um dos principais problemas no Brasil, a farmácia assumiu a linha de frente de combate ao novo coronavírus e com as testagens desempenhou um papel fundamental no apoio à detecção do vírus, tirando a sobrecarga dos hospitais e fixando a importância como estabelecimento de saúde de fácil acesso a população”, enaltece.

DE OLHO NO FUTURO – A doutora cita que, atualmente, existem muitos testes que podem ter detecção em minutos, assim como o da Covid-19, são vários tipos de exames e até pequenos check-ups que podem ser realizados nas farmácias com o farmacêutico. “A representatividade da farmácia é só mais um exemplo da capacidade que elas possuem de prestarem serviços de assistência à saúde da população. O nosso pós-pandemia é uma farmácia mais ativa e próxima da prestação de serviços à população, mais focada na prevenção e na manutenção da saúde, em vez de apenas um ponto de venda de produtos.

A formação desse cenário teve o ‘pontapé’ com a aprovação da Lei 13.021, de 2014, que já considerava as farmácias como estabelecimentos de saúde. “A farmácia se apresenta, cada vez mais, com a característica de um hub de saúde, onde a pessoa encontra não só medicamentos e outros itens de higiene e beleza, dermocosméticos e até produtos de conveniência, mas onde ela pode contar com atendimentos clínicos e serviços de saúde prestados por profissionais farmacêuticos”, salienta ao mencionar que esses profissionais podem fazer exames, aplicar vacinas, acompanhar a saúde e o tratamento de pessoas que tomam muitos medicamentos, entre outros serviços.

“O farmacêutico mais uma vez mostrou e enalteceu o seu papel na sociedade, a população busca saúde, busca assistência e a farmácia se faz presente. O farmacêutico independente da sua área de atuação se fez e estabeleceu seu papel perante a toda população mais uma vez como profissional da saúde. A farmácia como estabelecimento de saúde, sendo fundamental ao cuidado e diagnóstico e enquanto começar a transparecer a ideia de que as coisas estão ‘voltando ao normal’, nossa classe profissional está ativa no cuidado à saúde e segurança da população”, garante Giuliana.

ATUAÇÃO NA COMUNIDADE – Superar os desafios e avançar em relação aos cuidados com a saúde, segundo a farmacêutica mestra em Ciências Farmacêuticas e docente da Universidade Paranaense (Unipar), campus de Toledo, Juliana de Souza Fernandes Rossi, são ações que exigem dedicação e busca por conhecimento. “Com o tempo, com treinamentos, mais informações, aprendemos a superar os medos e somos decisivos no controle da pandemia. A farmácia é onde o cliente vem buscar a informação e o tratamento para os primeiros sintomas”.

Na avaliação de Juliana, a farmácia clínica é uma área ainda pouco explorada nos ambientes comerciais. “A farmácia também é lugar do cuidado com a saúde, não é autoatendimento! É fundamental que a farmácia comercial entenda sua atuação como estabelecimento de saúde e seu papel na promoção da saúde da nossa comunidade. O profissional farmacêutico deve estar em permanente capacitação para atender qualquer situação em saúde que surgir. A pandemia mostrou como somos adaptáveis e quão rapidamente exercemos nosso papel na garantia de saúde da população. Somos indispensáveis, somos únicos e estamos sempre prontos, em qualquer setor”, conclui.

Da Redação

TOLEDO

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