SP prevê vacinar crianças sem comorbidades a partir de fevereiro
Secretário executivo da pasta de Saúde estadual, Eduardo Ribeiro especificou os prazos estimados para a campanha de vacinação infantil em São Paulo. A ideia do governo paulista é imunizar todo o grupo prioritário entre os dias 14 de janeiro e 10 de fevereiro. A imunização por idade começaria, então, na segunda quinzena de fevereiro. Indo de 11 anos até 9 anos (parcialmente) até o final do segundo mês do ano.
Esses prazos, porém, dependem do repasse de doses de vacina pediátrica contra covid-19 pelo governo federal. São Paulo recebeu 234 mil doses destinadas a crianças, distribuídas pelo Ministério da Saúde. O público-alvo prioritário do Estado, no entanto, é de 850 mil crianças.
O levantamento desse número foi feito pelo próprio governo estadual. A estimativa da União é receber 4,3 milhões de imunizantes pediátricos da Pfizer até o final de janeiro.
A capital paulista deve começar a vacinação infantil contra a covid-19 a partir da segunda-feira, 17. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reforçou que o Estado tem capacidade de vacinar cerca de 250 mil crianças por dia. Para isso, contou, foram compradas 9 milhões de agulhas e seringas, além de profissionais terem recebido treinamento para imunizar os mais novos em 5.200 postos e 268 escolas.
Coronavac
O governo paulista também espera que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove a vacina da Coronavac para o público de 3 até 11 anos ainda na semana que vem. A coordenadora de controle de doenças da Secretaria estadual da Saúde, Regiane Cardoso de Paula, adiantou que, com aval do órgão, há possibilidade de vacinar “toda” essa população. Já o secretário Ribeiro afirmou que há 12 milhões de doses do imunizante em São Paulo.
Pré-candidato à presidência da República pelo PSDB, o governador Doria tenta antecipar a aplicação da vacina infantil no Estado. O presidente Jair Bolsonaro, por outro lado, tem se manifestado contra a imunização de crianças e adiou o início da campanha, mesmo após a aprovação da Anvisa.
Doria destacou que, caso o governo federal tivesse se prontificado em iniciar a vacinação assim que a agência deu aval, em 16 de dezembro, todas as crianças brasileiras já teriam recebido ao menos uma dose. “Um governo que retarda a vacina para crianças por motivos ideológicos é um governo desumano”, declarou.
Ato
O evento de ontem foi semelhante ao que foi realizado em 17 de janeiro de 2021, quando a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, moradora de Itaquera, zona leste de São Paulo, com perfil de alto risco para complicações da covid-19, recebeu a Coronavac no braço – inclusive as vacinas foram aplicadas pela mesma enfermeira, Jéssica Pires de Camargo.
O pai de Davi, cacique Jurandir Seremramiwe, chefe da etnia xavante no Mato Grosso, participou da cerimônia por videochamada. “Que seja tomada a vacina. Não esquecer o uso da máscara, o distanciamento. E aí, para a nova geração, será seguro quando voltarem às aulas”, disse. “Que o resto do Brasil possa fazer essa campanha, para que amanhã tenhamos alegria e sorriso. Vacina é importante”, continuou. Davi, que é portador de uma deficiência motora, mora em Piracicaba, no interior do Estado, e realiza tratamento no Hospital das Clínicas.
O primeiro lote de vacinas pediátricas com 1,2 milhão de doses da Pfizer, a única autorizada pela Anvisa a ser aplicada nesta faixa etária até o momento, chegou ao Brasil na madrugada de quinta-feira, 13. A remessa desembarcou no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (São Paulo).
A imunização para a faixa etária de 5 a 11 anos deve ter atendimento preferencial ao público com deficiências, comorbidades, indígenas e quilombolas.
Outros estados
Além de São Paulo, outros Estados começaram a vacinação infantil ontem. Em Pernambuco, por exemplo, uma menina de 11 anos com síndrome de Down foi a primeira criança vacinada. Ela foi imunizada na Associação Afeto, no Recife.
Em Minas Gerais, horas depois de o Estado receber o primeiro lote com 110 mil doses de vacinas infantis, um menino de 10 anos com autismo recebeu o imunizante em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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