Tite abre ano da Copa com 70% do grupo da seleção que vai ao Catar definido
Para se ter uma ideia, entre os 26 da lista anunciada para os jogos diante de Equador e Paraguai – três a mais do que o habitual -, nada menos do que 16 integraram o grupo vice-campeão da Copa América, em meados do ano passado.
Em comum às duas listas estão o trio de goleiros Alisson, Ederson e Weverton; os laterais Emerson e Alex Sandro; os zagueiros Marquinhos, Thiago Silva e Éder Militão; os meio-campistas Casemiro, Fabinho, Fred, Lucas Paquetá e Everton Ribeiro; e os atacantes Gabriel Jesus, Gabriel Barbosa e Vinicius Júnior.
Há, contudo, nomes a se somar a eles. Ninguém duvida que a seleção de Tite é Neymar e mais dez, mas o jogador teve de ficar de fora da convocação para os dois próximos jogos por estar em reta final de tratamento de lesão. Além dele, a lista desta quinta mostrou que Daniel Alves ainda é a preferência de Tite para a lateral-direita – o jogador ficou de fora da Copa América porque foi liberado para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. E há o caso de Renan Lodi: o lateral esteve na Copa América e, nas palavras de Tite, “ficou alijado de concorrer a uma vaga agora porque não está vacinado”.
DÚVIDAS – Com os três goleiros definidos, o miolo de zaga formado e a primeira linha de meio de campo assegurada – além, é claro, de Neymar -, as poucas vagas estão nas laterais, na armação e no ataque.
O calcanhar de Aquiles de Tite está no setor de criação. Everton Ribeiro deu resposta na Copa América, voltou a ser chamado agora e só não esteve na última convocação do ano passado porque estava envolvido com compromissos pelo Flamengo. A questão é que o jogador tem histórico de oscilações – e, como diz o técnico da seleção, “um ano no futebol é muito tempo”.
A busca por um armador de qualidade faz com que Tite volte a apostar no retorno – no sentido amplo da palavra – de Philippe Coutinho, seu maior destaque no período que antecedeu à Copa do Mundo da Rússia.
O jogador apresentou queda de rendimento no atual ciclo, ficou meses afastado por lesão, e apenas recentemente voltou a esboçar o futebol que o consagrou. Ainda assim, não conseguiu se firmar no Barcelona e agora vai tentar uma nova retomada pelo Aston Villa. Se der certo, tem grandes chances de ir ao Catar.
O ataque é outra incógnita: há muitos nomes à disposição, mas, há exceção do mesmo de sempre, quase nenhum artilheiro da própria seleção. Tite confia muito em Gabriel Jesus, chama com frequência Roberto Firmino e Richarlison, tem dado oportunidades a Gabriel Barbosa e Matheus Cunha, passou a chamar Antony e Raphinha, e há Vinicius Junior. Como se pode perceber, trata-se de um setor com profusão de nomes, mas ainda com indefinições.
Se um ano no futebol é muito tempo, Tite precisará aproveitá-lo ao máximo para dirimir as últimas – e poucas – dúvidas.
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