Toledo confirma primeiro caso de dengue neste período epidemiológico
A chegada do verão aliada com as férias ou os feriados de final de ano preocupam as autoridades em Saúde de Toledo e região. A estação mais quente do ano também é conhecida pela propagação de vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya. A combinação entre alta temperatura e chuva favorece o aumento da população do mosquito vetor e, por consequência, a possibilidade da ampliação dos casos. Por isso, os cuidados devem ser redobrados.
No atual período epidemiológico, o Município já realizou 27 notificações. Ontem (21), o setor divulgou o resultado de uma notificação e ela foi positiva. A pessoa contaminado pelo mosquito reside no bairro Tancredo Neves; o setor realiza o monitoramento e o seu estado de saúde é considerado bom. Outras 25 notificações foram descartadas e uma aguarda resultado.
De acordo com a coordenadora do setor de Controle e Combate às Endemias, Lilian Koning, o controle do mosquito só é possível em uma ação com a população. “A equipe já realizou 27 bloqueios neste ano epidemiológico. O Munícipio realiza um bloqueio em torno de nove quarteirões do caso notificado”.
No último ano epidemiológico, Toledo registrou 66 casos positivos e o vírus com maior circulação foi o D1. “A dengue é uma doença que continua sendo estudada pelos cientistas e, enquanto isso, nós trabalhamos para evitar a proliferação do mosquito, porém necessitamos da colaboração da população”, afirma Lilian.
FOCOS – A coordenadora do setor de Endemias explica que apesar do clima estar seco, os agentes encontram muitos depósitos com água, o que preocupa os profissionais. “Esses locais colaboram para o desenvolvimento do mosquito”.
Lilian comenta que caso o Município consiga passar esse período de férias e festas com mais tranquilidade a possibilidade de não ter uma epidemia pode ser real. “O setor de Endemias tem trabalhado bastante. Sabemos que o Município cresceu muito e a demanda é grande, porém ainda existe a preocupação, pois a equipe tem encontrado depósitos de larvas e as chuvas não ocorrem na cidade”, menciona a coordenadora do setor ao complementar que os agentes estão capacitados para avaliar cada existência de foco.
PASSEIOS – Outra preocupação é o início do período de férias e as festividades de final de ano. Lilian explica que as pessoas costumam viajar para outros municípios e o vírus pode estar circulando nestes lugares. “Nós solicitamos que a pessoa mantenha todos os cuidados durante o passeio e em sua residência”.
Na residência, o morador pode tampar o vaso sanitário, cobrir os ralos e não manter os pratinhos nas plantas. “Nas casas com piscinas, a orientação é que alguém fique responsável para realizar o tratamento semanal”, relata Lilian ao acrescentar que o problema da piscina é que ela é um grande depósito de larvar. No entanto, o vilão, em Toledo, tem sido o lixo doméstico separado de maneira incorreta. “Muitas pessoas não tem a capacidade de dar a destinação correta para o pacote de salgadinho, por exemplo. Em caso de chuva, ele pode ser um local para reproduzir o mosquito”. As cisternas também preocupam as autoridades.
Por sua vez, em outra cidade, Lilian recomenda que a população mantenha a conscientização e use o repelente. “O produto deve ser passado a cada duas horas. Você pode tirar férias, mas o mosquito não”.
Apesar do caso positivo neste mês, a coordenadora recorda que essa situação não é comum em dezembro. “Hoje estou como coordenadora, mas atuei como agente por diversos anos e pela minha experiência, os casos começam a aparecer no final de fevereiro”. Um dos fatores pontuados por Lilian é que o cidadão viaja para outra cidade, é contaminado e retorna ao município. “O mosquito pode picar muitos pessoas e ele coloca mais de 400 ovos”.
A coordenadora ainda menciona que os moradores recebem a visita do agente de endemias, pois é a pessoa capacitada para repassar todas as orientações ou sanar dúvidas. “Nós trabalhamos de acordo com o resultado do LiraA. O Ministério da Saúde preconiza o resultado do levantamento 1% e o último em Toledo apresentou 1,8% de infestação no mês de outubro”. O próximo Levantamento deve acontecer na primeira semana de 2022. “O trabalho será realizado na parte urbana e nos distritos”.
Além disso, o cidadão que apresentar algum sintoma deve procurar por atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da residência. O médico fará os encaminhamentos necessários.
ESTADO – O Boletim Semanal da dengue publicado, ontem (21), pela Secretaria de Estado da Saúde registrou 21 novos casos, chegando a 513 confirmados. Os dados são do 18º Informe Epidemiológico, do novo período sazonal da doença, que iniciou no dia 1º de agosto e deve seguir até julho de 2022.
Até o momento 95 municípios registraram casos da doença, sendo que 71 confirmaram casos autóctones (a dengue foi contraída no município de residência).
Na 20ª Regional de Saúde de Toledo, Felipe Hofstaetter Zanini, explica que alguns municípios apresenta alta infestação, no entanto, ele considera a situação controlada e melhor que o esperado para o período. “Historicamente, neste período, já é previsto mais casos, porque a região é considerada endêmica para a dengue”. Zanini ainda revela que a principal preocupação da Regional é o resultado do sexto ciclo de LIRAa/LIA. O relatório da Regional será publicado hoje (22).
“O verão, que se inicia na data de hoje [ontem] é a estação mais propícia para a proliferação do mosquito da dengue em função da possibilidade de maior quantidade de chuvas nas diferentes regiões do Estado. O Aedes aegypti se reproduz em água parada, por isso é importante repetirmos sempre que a principal medida preventiva para a dengue é o engajamento da população para evitar acúmulo de água em qualquer local ou recipiente tanto em áreas internas ou externas nas residências”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
Da Redação
TOLEDO
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