Dia do Hemofílico conscientiza a população sobre o diagnóstico precoce
O Dia do Hemofílico é lembrado nesta quarta-feira (4) e visa chamar a atenção à hemofilia. A data tem o intuito de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da hemofilia e do tratamento adequado.
A hemofilia é um grupo de doenças genéticas hereditárias; elas prejudicam a capacidade do corpo humano em controlar a circulação do sangue, além de dificultar o processo da coagulação, que é usado para parar hemorragias.
O diretor da 20ª Regional de Saúde de Toledo, Fernando Pedrotti, explica que a hemofilia é uma doença de caráter hereditário que afeta a coagulação do sangue. “Nós temos fatores de coagulação em nosso sangue e a deficiência de determinados fatores se traduz na hemofilia. A deficiência do fator VIII caracteriza a hemofilia do tipo A e a deficiência do fator IX a do tipo B”.
De acordo com Pedrotti, o sangramento é o mesmo em ambas as formas de hemofilia e sua gravidade não depende do tipo, e sim, da quantidade desses fatores que está presente no plasma (a parte líquida do sangue). “Os sangramentos podem ser visíveis (corte, gengivas, nariz) ou internos e por tal razão não visíveis, podendo surgir após traumas ou de forma espontânea”, destaca.
MUTAÇÃO – O diretor da 20ª Regional de Saúde de Toledo salienta que a causa é uma mutação do cromossomo X, o que faz com que as mulheres não desenvolvam a doença, por terem dois cromossomos X, “somente podendo apresentar o defeito em um deles e sendo transmitido (por isso se trata de uma doença hereditária)”. Pedrotti enfatiza que os homens por terem apenas um cromossomo X (homens são XY), uma vez tendo o X com mutação terão a doença.
TRATAMENTO – O tratamento é realizado com a reposição do fator de coagulação do qual tenha a deficiência. Conforme Pedrotti, a 20ª Regional de Saúde de Toledo atua na coleta de sangue e auxilia em casos de urgências. “Na reposição do sangue, são os hemocentros que fornecem os fatores de coagulação, de acordo com a deficiência, os quais são repassados pelo Ministério da Saúde”.
O diretor da Regional de Saúde de Toledo salienta que a hemofilia do tipo A é a mais comum, ocorrendo um caso a cada 5.000 a 10.000 nascimentos do sexo masculino e de um caso para cada 30.000 a 40.000 nascimentos do sexo masculino da hemofilia do tipo B. “A hemofilia do tipo A representa 80% dos casos de hemofilia”.
ORIENTAÇÃO – Os usuários, ao terem o diagnóstico, são orientados e os fatores de sangue para tratamento são realizados. Eles são fornecidos em hemocentros. No caso, o Hemocentro de Cascavel é a referência para a Regional de Saúde. “De maneira geral, a hemofilia é uma doença considerada rara e o profissional que realiza o diagnóstico é o responsável por indicar o tratamento”, destaca Pedrotti.
Ele complementa que quando o médico indica o fator de coagulação já sabe que precisa preencher a documentação. “O fluxo é bem estabelecido, porque não é uma doença tão comum ou frequente. Por isso, é algo que precisa ser lembrado. No grupo de doenças, a hemofilia é mais uma exceção do que uma regra”.
Pedrotti menciona que em contato com o serviço, o paciente recebe a orientação de como deve proceder, desde a transfusão ou outros métodos de tratamento. O diretor da 20ª Regional de Saúde de Toledo menciona que o mais importante nesta data é a população ter o conhecimento que a doença existe e que ela ocorre, principalmente, em homens.
Pedrotti acrescenta que existe o tratamento e que um sangramento demorado ou ainda uma articulação que apresenta aumento de volume, sem uma causa aparente, com dores locais, em pessoas do sexo masculino e geralmente ainda na infância, podem ser sintomas da hemofilia.
Cartunista
A escolha da data remete ao falecimento do cartunista Henrique de Souza Filho, mais conhecido como Henfil. O famoso cartunista era irmão do sociólogo Herbert de Sousa, o Betinho, e num dos tratamentos da sua doença adquiriu o vírus da Aids, que em decorrência de complicações o levou à morte com apenas 43 anos.
Da Redação
TOLEDO