Membros do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná visitam Toledo
Fiscalização de obras, atividades educativas com crianças, palestras para os arquitetos e urbanistas e estudantes, além de ofertar atendimento aos profissionais da região Oeste do Paraná foram algumas das ações promovidas pelos membros do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU/PR). O grupo esteve na região na quinta-feira (25) e sexta-feira (26). O presidente da autarquia federal, Milton Zanelatto e o conselheiro Ricardo Sardo participaram do Programa Fim de Tarde do JORNAL DO OESTE e contaram os rumos da profissão.
Zanelatto afirma que uma das principais metas da atual gestão é o processo de interiorização das ações para garantir a presença do CAU/PR em cidades que ficam fora da região Metropolitana de Curitiba. “Os profissionais que atuam nos locais descentralizados solicitam atenção especial do Conselho. Nossa intenção é cobrir a maior quantidade de municípios do interior com ações de fiscalização, encontro com entidades de classe, visitas às instituições de ensino e assinaturas de acordos de cooperação com gestores municipais”.
INTERIORIZAÇÃO – Os integrantes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU/PR) realizam um trabalho de interiorização. Zanelatto afirma que quando a autarquia foi criada 50% dos profissionais estavam em Curitiba e 50% no interior. Atualmente, 60% está no interior e 40% em Curitiba. “Os profissionais dos municípios do interior precisam ter a vivência com os conselheiros. Nós precisamos entender cada local para estabelecermos políticas públicas assertivas”. Os conselheiros já visitaram as regiões Sudoeste, Oeste, Litoral, entre outras.
O presidente do CAU/PR destaca que o órgão vem para a região com uma estrutura do Conselho, desde comunicação até a fiscalização. “Nós queremos entender a realidade do profissional e do cidadão na região. Assim, analisaremos como o Conselho pode colaborar neste processo participativo”.
REALIDADE – Atualmente, o Paraná possui em média 15 mil profissionais ativos de um universo de aproximadamente 19 mil. Um dos assuntos abordados no Conselho é o Ensino a Distância desta profissão. É um assunto que ainda gera polêmica, mas tratado com bastante seriedade.
Conforme Zanelatto, o Conselho tem a função de proteger a sociedade. “Nós devemos ter o mínimo de controle do estudante que está sendo capacitado e exercerá a profissão no futuro. Defendemos a qualidade no ensino e essa é a nossa exigência mínima. O Conselho tem como atribuição proteger a sociedade”.
PLANEJAMENTO – Outro tema abordado no CAU/PR é o planejamento urbano. Segundo o conselheiro Ricardo Sardo, o planejamento é algo recente no Brasil, apesar da profissão arquiteto ser antiga. “O curso de arquitetura foi regulamentado em meados dos anos 20 e 30 e esse profissional está presente em todas as ações do dia. O arquiteto é o responsável por planejar”.
Sardo comenta que a figura desse profissional faltou em alguns momentos no planejamento do Brasil. “Agora tentamos resgatar a figura do planejador, que é o que falta nas cidades de maneira resumida. Ainda é uma questão cultural e as pessoas precisam sentir essa necessidade. Brasília e Curitiba foram planejadas por arquitetos”.
Zanelatto complementa que Maringá é outra cidade planejada com arborização, calçada, enfim. “Foi se adequando a uma realidade para receber o turista, o comércio e outras atividades. A ciência por traz do desenvolvimento urbano que vai ajudar na tomada de uma ciência de decisão. Com o avanço da tecnologia, diversos arquitetos e alguns de renome planejam as cidades”.
O presidente do CAU/PR menciona que o fundamental do planejamento é o de gestão para muitos anos. “Esse planejamento é um instrumento para pensar a cidade por diversos anos. Assim, o Município não fica refém da decisão do prefeito. Existe gestor que ignora a história ou o passado de seu município e, por consequência, falha ao projetar o crescimento urbano”.
Ele enfatiza que arquitetura não é só urbanismo. “O profissional pensa assuntos impossíveis. O arquiteto é quem realiza sonhos e os sonhos não possuem limites. Quando começamos a sonhar não existem barreiras da física e o céu é o limite. A arquitetura desafia e lança tendência”.
Reunião Plenária do CAU/PR
A 155ª Reunião Plenária do CAU/PR aconteceu na sexta-feira (26), na Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic). Dos 12 eventos previstos para 2023 destinados às plenárias, fiscalização e atendimento, a maioria será no interior do Paraná. As reuniões plenárias do Conselho analisam as prestações de contas financeiras e administrativas da autarquia federal. Todos os arquitetos e urbanistas foram convidados a participar do evento.
CAU Educa acontece na Escola Municipal Carlos Friedrich
Com aulas lúdicas, que duram cerca de uma hora, os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental têm contato com a Arquitetura e Urbanismo e descobrem a importância dessas áreas para a saúde das pessoas e para o desenvolvimento das cidades. Trata-se do CAU Educa, projeto do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU/PR). Na sexta-feira (26), as ações foram realizadas na Escola Municipal Carlos Friedrich, no Jardim Coopagro.
A diretora Jocelaine Nascimento de Mattos afirma que foi uma experiência divertida. “As crianças puderam ‘brincar de ser arquitetos’ e vivenciaram na prática, de forma lúdica, como de fato esse trabalho acontece”.
Ela salienta que a Escola Carlos Friedrich fica imensamente grata em poder colaborar com esses projetos. “São ações que só acrescentam na aprendizagem e no desenvolvimento dos nossos estudantes”.
MELHORIAS – O gerente de Fiscalização do CAU/PR, Gesse Lima, responsável pelo projeto relata que “as crianças precisam crescer entendendo que é possível mudar para melhor o ambiente onde vivemos. Elas podem ser os agentes de transformação. As aulas são divertidas e têm muita interação, já que o público infantil é muito curioso”, afirma. É ele quem vira o professor do dia e dá as aulas para a criançada de escolas públicas do estado, como ocorreu em Toledo.
De diferentes formas, seja com blocos de montar, papel, caneta e tesoura ou até com utilização de macarrão e massinha, a equipe do CAU/PR monta um bairro de maquete e ensina inclusive a importância do sol para as construções. “Nós apagamos as lâmpadas da sala de aula e fazemos de conta que o sol é a luz da lanterna do celular. Segurando o telefone, fazemos alguns movimentos com as mãos e explicamos a posição do nosso principal astro no inverno, no verão e nas outras estações do ano. Só com isso, por exemplo, os estudantes já conseguem entender como a luz solar é fundamental para as habitações e interfere especialmente na qualidade de vida das pessoas”, explica Gesse Lima.
ATENDIMENTO – No ano passado, o CAU Educa atendeu mais de 800 crianças em todas as regiões do estado. O projeto passou por 15 escolas, em dez cidades do Paraná.
O presidente do órgão de fiscalização federal Milton Zanelatto revela que o CAU Educa continuará com mais destaque neste ano e lembra que o projeto também tem a missão de conscientizar os pequenos alunos sobre os direitos de cada cidadão.
“Pode ser que andando pela cidade a criança encontre uma caçamba cheia de resíduos de material de construção em cima da calçada. Nesse momento, ela teria de desviar e correr o risco de andar pela rua para passar pelo trecho onde está colocada irregularmente a caçamba. Nessa hora, a criança pode mostrar o erro para os pais e alertar que é possível denunciar a situação”, finaliza Zanelatto.
Da Redação*
TOLEDO
*Com informações da Assessoria