Turquia fecha rota de imigração em meio a tensões entre Belarus e UE
Em mais um desdobramento da crise na fronteira entre Belarus e Polônia, o Ministério da Defesa britânico anunciou ontem que uma “pequena equipe” de militares foi enviada para ajudar a “resolver a situação na fronteira com Belarus”.
“O Reino Unido e a Polônia têm uma longa história de amizade e são aliados da Otan. Uma pequena equipe das Forças Armadas do Reino Unido foi enviada após um acordo com o governo polonês para explorar como podemos fornecer suporte de engenharia”, disse o ministério, em comunicado.
SANÇÕES
A equipe de dez militares ficará alguns dias na Polônia para visitar a região a pedido do governo polonês. As tropas ajudarão a arrumar e reforçar as cercas que dividem o país de Belarus. Segundo o Ministério da Defesa britânico, a operação te m um objetivo operacional, e não de patrulhamento.
A UE acusa Belarus de organizar os deslocamentos de migrantes, entregando vistos e até fretando voos, para tentar criar uma crise migratória na Europa, em retaliação às sanções internacionais contra Alexander Lukashenko, que nega participação na crise. A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi quem alertou sobre possíveis sanções da UE contra companhias aéreas de países que facilitam o fluxo de migrantes.
A Turkish Airlines, que é 49% estatal, e a Belavia, a companhia aérea belarussa, confirmaram que não transportarão mais cidadãos de alguns países do Oriente Médio para Belarus, dias antes do planejado anúncio de sanções que poderiam afetar o setor aéreo.
DEFESA
O chanceler russo, Serguei Lavrov, negou que a Aeroflot – a linha aérea russa – tenha feito voos dos países de origem dos migrantes para Belarus. A Autoridade de Aviação Civil da Turquia divulgou um comunicado ontem oferecendo reembolsos a clientes que já haviam comprado passagens.
A decisão turca bloqueia uma das principais rotas usadas pelos migrantes que tentam chegar à Europa usando Belarus, mas outras permanecem abertas, o que deve manter a crise viva.
Dezenas de voos especiais partem de países do Oriente Médio para Minsk todas as semanas. Atualmente, há cerca de 4 mil imigrantes no lado belarusso da fronteira e a cada dia chegam mais pessoas. Ontem, o Iraque se ofereceu para repatriar seus cidadãos que estão presos na fronteira entre Belarus e Polônia.
Desde outubro de 2020, a UE impõe sanções Belarus, em razão das eleições consideradas fraudulentas, da repressão a opositores e do pouso forçado de um avião de uma companhia irlandesa para prender o jornalista dissidente Roman Protasevich. Lukashenko ameaçou, na quinta-feira, cortar o fornecimento de gás à Europa se houver mais sanções, abrindo uma nova frente em seu confronto com o bloco.
Tropas aéreas russas e belarussas organizaram ontem “exercícios de combate” perto da fronteira entre Belarus e Polônia. As manobras, assim como o envio de soldados poloneses e belarussos à fronteira entre os dois países, provocam o temor de uma escalada no Leste Europeu, cenário da nova queda de braço entre a Rússia e o Ocidente. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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