Um amor de pai para filho: o legado dentro do tatame

A definição de luta varia de pessoa a pessoa. Para algumas, apenas um esporte; para outras, uma paixão, mas para Ângelo e Luis Felipe, o esporte é um legado. Ele ajuda a melhorar e estreitar a relação familiar. Uma linda história em que o amor pelo mesmo esporte reúne pai e filho no tatame.

O Jiu-Jitsu é o responsável pelos sorrisos estampados nos rostos do pai Ângelo André dos Santos e do filho Luís Felipe, o atual campeão Mundial nesta modalidade. Luís Felipe ainda é um menino, mas escolheu trilhar o caminho do pai. Ângelo conta que Luís Felipe sempre o acompanhou nos treinos. “Eu comecei a treinar no ano de 2009. Me apaixonei! O professor Rodolfo sempre foi um grande parceiro e me incentivou. Ele foi o meu primeiro e único professor”.

Luís Felipe nasceu um ano após o seu pai começar a lutar. Ele conta que não tinha com quem deixar o seu filho e para não perder os treinos, Luís Felipe o acompanha. “Eu deixava o meu filho brincando no tatame. Meus colegas gostavam dele. No tatame, ele começou a gatinhar e a andar. Um dia, nós decidimos vesti-lo com um kimono e o meu filho ficou bonito”.

O esporte Jiu-Jitsu entrou na vida de Luís Felipe de maneira natural e leve. O menino começou a treinar a pouco tempo, porém ele tem um futuro promissor. “Antes, eram somente brincadeiras e diversão. Hoje, o esporte está sendo levado a sério, porque ele tem potencial. O que é mais interessante é que o Jiu-Jitsu nunca foi algo imposto ao meu filho, e sim, simplesmente aconteceu”.

DESENVOLVIMENTO – Ângelo começou a realizar um trabalho no Yara Country Clube de Toledo como professor da modalidade. Atualmente, pai e filho treinam juntos. “Quando ele não está treinando com o professor Rodolfo, sou eu que repasso as orientações”, menciona o pai ao complementar que quando Luís Felipe começou a treinar, apesar da pouca experiência, ele já conseguia se destacar entre os demais meninos. “Então, ele começou a encarar a luta como uma missão e a cada dia está evoluindo. Alguns meninos eram mais ‘durões’, mas meu filho conseguia se sobressair e as conquistas aconteceram neste ano, entre elas: o Mundial”.

O pai destaca que com pouco tempo de Jiu-jitsu, o jovem lutador já superou muitos atletas. “Eu não tenho a metade dos títulos do meu filho. Eu sou faixa roxa e Luís Felipe foi graduado com faixa amarela. Tenho orgulho pelo caminho que meu filho está trilhando. A felicidade é imensa, porque todo o lutador de Jiu-Jitsu sonha em participar do Mundial e quando o vence é uma realização”.

RESPONSABILIDADE – Para Ângelo, o objetivo do lutador de Jiu-Jitsu é subir ao pódio; representar a ‘altura’ a sua cidade e o seu time; Luís Felipe faz isso com muita naturalidade e o menino confirma, pois ao ser questionado o que achou da competição, ele responde com um sorriso estampado no rosto: “eu achei legal!”. Talvez ele não tenha a noção de sua conquista, porque para ele lutar é uma brincadeira cujo objetivo é conquistar a vitória. “Foi muito legal competir. Era muita gente, mas deu tudo certo”.

O técnico da academia Red Lions International, Rodolfo Garcia, comenta que o número de atletas na categoria de Luís Felipe era menor. “Eu e o pai dele dialogamos e decidimos inscrevê-lo em um nível superior para proporcionar nova experiência ao garoto. “Porém, ele teve a necessidade de eliminar três quilos. Para uma criança uma tarefa mais difícil, porém ele conseguiu”, afirma o técnico ao recordar que o menino também teve uma virose na madrugada anterior a luta.

O pai lembra que ele e o filho comeram um frango na sexta-feira. “Cinco da manhã de sábado sentimos o mal-estar. Luís Felipe acordou com vontade de vomitar. Mesmo, assim decidimos ir para o ginásio. Ao fazer a pesagem, ele conseguiu batê-la. Ele estava fraco e pediu para lutar. Meu filho lutou na raça”.

Luís Felipe caiu em uma chave de quatro atletas. “Me chama a atenção como ele vai bem e que tudo muito natural”, menciona Ângelo. Luís Felipe afirma que quando está de frente ao seu oponente, o foco é a luta, é encaixar o golpe. “Na minha mente passavam todos os golpes que deveriam ser aplicados. Eu, meu pai e o professor Rodolfo treinamos, suamos e nos esgotamos. Assim, quando estou no tatame, o meu corpo obedece”.

EDUCAÇÃO – Luís Felipe treina, praticamente, toda a semana. Quando não está treinando, Luís Felipe gosta de jogar futsal, nadar, jogar Bets e brincar com os seus amigos. “Os pais devem ter a consciência que não deve ser algo imposto para os filhos, e sim, é preciso conquistar a confiança e mostrar que aquela atividade pode ser boa para eles”, afirma o pai Ângelo.

Luís Felipe menciona que prefere treinar, lutar e viajar. “Vale a pena correr atrás, se sacrificar e lutar”, conta o menino ao citar que mantém uma vida normal em seu cotidiano. “Acordo, escovo os dentes, me arrumo, tomo café, assisto televisão, estudo e brinco com os meus amigos”.

O menino estuda no Colégio Estadual Jardim Maracanã Cívico Militar. “O objetivo do esporte é buscar novas experiências e oportunidades para ele, como curso de inglês, patrocínio de roupa, enfim. Não faço isso por mim, e sim, para ele. Somos uma família simples e o Jiu-Jitsu tem nos acolhido”.

Ângelo e Luís Felipe tem uma nova companheira na luta. Laura, de oito anos, irmã do garoto é a mais nova promessa no Jiu-Jitsu. “Ela também luta e está com boas conquistas. Laura não participou do Mundial, porque não tínhamos recursos suficientes para inscrever os nossos dois filhos, pois o investimento de cada inscrição é considerado alto”.

Para o técnico, Rodolfo Garcia, o feito do Luís Felipe para a cidade de Toledo é inédito. “No adulto, nós temos lutadores experientes, porém no infantil é uma novidade. Luís Felipe tem dito um bom aproveitamento em muitas competições, tanto Nacional, Estadual e agora Mundial. Luís Felipe é a nova promessa do Jiu-Jitsu de Toledo”.

Para participar do Mundial de Jiu-Jitsu Esportivo, em São Paulo, Luís Felipe conta com a parceria de: Yara Country Clube de Toledo, Mottin Materiais Elétricos, Clube de Tiro Red Delta, A Cantina Universitária, Sarah Conveniências, CFC Pioneiro, Habitazi, Alfa, Rocha Clínica de Psicologia, Celsinho Vidros e Esquadrias e Lisa Sapatilhas.

Da Redação

TOLEDO

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