Vacinação e os cuidados devem ser mantidos diante da variante Delta
Identificada pela primeira vez na Índia, a variante Delta passou por alterações genéticas que a permitiram ser mais transmissível que a cepa original identificada em Wuhan, na China. Ela já está presente em mais de 100 países e está preocupando as autoridades de saúde em todo o mundo com um aumento considerável no número de casos.
O Paraná já tem nove casos de variante Delta confirmados. No Brasil são mais de 1.050 casos, segundo dados do Ministério da Saúde. O Município de Toledo ainda não identificou, oficialmente, nenhum caso da variante Delta, até a última quinta-feira (19), de acordo com informação do diretor da Secretaria de Saúde o médico Fernando Pedrotti. Contudo, ele salienta que na cidade vizinha de Cascavel um caso desta cepa foi registrado.
Para Pedrotti, pode ser uma questão de tempo que a variante chegue ao nosso meio ou que ela já esteja. Por enquanto, não existe a identificação oficial. Ele salienta que a variante Delta não é a maior preocupação quando o assunto é Covid-19. “O problema não está relacionado a variante, e sim, qual o comportamento que as pessoas – enquanto sociedade – terá em relação a Covid-19 e, por consequência, a Delta”.
CONTÁGIO – De acordo com o médico, a Delta é uma variante que tende a ter o maior contágio. A descrição é de que ela pode ser até 60% mais contagiosa em relação as demais cepas do vírus. Ela não é algo que traga preocupação isoladamente, pois a sua proliferação depende do comportamento da sociedade.
É uma coisa que depende de nós – como sociedade – fazermos. As medidas de prevenção, o uso de máscara, o distanciamento social, o evitar aglomeração, a higienização das mãos várias vezes ao dia com água e sabão, são medidas relativamente simples e extremamente importantes e, com uma cepa mais transmissível, isso é ainda mais importante. Também claro, a busca pela vacina”, enfatiza o profissional.
O médico salienta que não adianta a pessoa receber somente uma dose da vacina e ficar com o esquema incompleto; não adianta três ou quatro pessoas de uma família se vacinar e o restante não. Pedrotti reforça que a eficácia da vacina depende de uma ação coletiva. “É preciso que a imensa maioria esteja vacinada. Quando pensamos na Covid-19, pensamos nos cuidados. A vacina também é uma medida de prevenção, é um cuidado importante”.
SINTOMAS – A variante Delta mudou o perfil dos sintomas da Covid-19 de parte dos pacientes, de acordo com relatos dos profissionais de diversos países como Reino Unido onde a variante Delta foi dominante no mês de junho. Pesquisa da universidade King’s College London aponta que os sintomas mais comuns anteriormente identificados como tosse, febre, falta de ar e perda de olfato e paladar já não são relatados na maioria dos casos da variante.
Dor de cabeça, ardência na garganta e coriza estão aparecendo com maior frequência entre os pacientes que testam positivo. Sintomas bem parecidos com um forte resfriado. Aqui no Brasil, a variante Delta está sendo acompanhada e monitorada. Pedrotti comenta que a forma como a variante vai ser comportar em nosso meio ainda é incerta. “Acompanhamos os relatos de outros países, porém são públicos diferentes, realidades e faixas etárias diferentes”.
PREVENÇÃO – O Município de Toledo tem mais de 86 mil pessoas vacinadas com a primeira dose do imunizante e mais de 34 mil pessoas com o esquema vacinal completo. Além dos protocolos sanitários, a vacina é uma forma de cuidados e de prevenção à Covid-19 e a variante Delta. Pedrotti enfatiza que não existe outra forma de pensar a vacina.
“A pandemia não acabou. Nós precisamos ter a nossa realidade quanto a eficácia da vacina no combate desta variante. As pesquisas mostram que parece que a eficácia da vacina poderia diminuir, mas não anula a eficácia em relação ao resultado final. Vamos nos lembrar que a vacina pode não evitar que o sujeito contraia o vírus e, por consequência, a doença. E sim, a vacina deve evitar desfechos graves e desfavoráveis como óbito”, esclarece o médico.
COLAPSO – O principal cuidado com a Covid-19 é manter as medidas preventivas. Pedrotti comenta que não gosta muito de fazer uma previsão sobre futuro. Ele enfatiza que cada situação da Saúde é avaliada em seu momento. “Saúde é uma área dinâmica. Por isso, o fundamental é manter o cuidado. Se a população não seguir as adequadas medidas de prevenção, essa variante será uma fonte de preocupação para o Sistema de Saúde”.
O médico destaca que caso se confirme a sua maior transmissibilidade em relação as demais, Toledo assim como outras cidades poderão registrar números expressivos de pessoas com Covid-19. “A sociedade deve adotar os cuidados necessários e seguir as orientações das autoridades. Ao contrário poderemos, mais uma vez, viver o colapso na Saúde e na sociedade”, finaliza o diretor Pedrotti.
Da Redação
TOLEDO
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