Verão é a época favorável para desenvolver o terçol

O verão chegou com tudo e, com ele, também uma das doenças oculares mais comuns em todo o mundo: o terçol. A combinação entre calor e a umidade são condições climáticas propícias para a proliferação de bactérias que podem infectar as pálpebras e causar um terçol. O terçol é uma infecção bacteriana que atinge as pálpebras. É importante dizer que quase todo mundo vai ter pelo menos um episódio de terçol ao longo da vida.

O terçol se caracterizada por um “bolinha” vermelha que surge nas pálpebras. Essa bolinha causa dor, vermelhidão e calor no local. Com o passar dos dias, surge um ponto de pus nessa bolinha. A lesão, nesse ponto da infecção, lembra um espinha. Em entrevista ao JORNAL DO OESTE, o médico oftalmologista Sérgio Sória dá mais detalhes sobre a doença.

JO – Por que é mais comum desenvolver um terçol no verão?

Sória – O hordéolo (nome técnico do “terçol” é uma alteração na pele da pálpebra que leva a uma inflamação local. O período do verão faz com que a temperatura e a umidade alteradas fazem com que as glândulas que se encontram nas pálpebras funcionem de uma maneira inadequada, aumentando a chance de a pessoa desenvolver o terçol.

JO – Além do verão, existem outros fatores de risco? Outras épocas do ano em que a doença se manifesta com maior intensidade?

Sória – Pessoas com pele mais ‘oleosa’ têm uma tendência maior a desenvolver esta alteração. Ocorre mais frequentemente no verão mesmo. Mas as pessoas com predisposição de maior oleosidade na pele podem desenvolver esta doença em qualquer época do ano.

JO – Como são feitos o diagnóstico e o tratamento?

Sória – O diagnóstico é clínico – o oftalmologista examina o paciente (descartando outras possíveis doenças que podem ter a mesma aparência) e determina se a lesão é realmente um terçol.

O tratamento usual é localizado. Em poucos casos, pode ser necessário o uso de anti-inflamatório por via oral (comprimido).

No tratamento tópico, o oftalmologista determina se há ou não a necessidade de uso de medicação (pomada com corticoide e/ou antibiótico).

Usualmente, o tratamento é feito com compressas somente com água (evite outras substâncias como soro, água boricada, chá de camomila, receitas caseiras, etc.).

JO – E caso exista uma inflamação?

Sória – Se o terçol está numa fase de muita inflamação com ‘um ponto amarelo’ (semelhante a uma espinha, a compressa morna pode acelerar o processo de expulsão da secreção.

Porém, se não há uma inflamação importante ou não há esse ‘ponto amarelo’, observa-se que a compressa fria tem uma eficácia bem maior. Lembrando que não é água gelada nem pode-se pôr gelo. Água na temperatura ambiente colocada sobre um pano e aplicada nos olhos fechados por 4 vezes ao dia.

Paciência é importante neste tratamento – enquanto alguns pacientes melhoram em poucos dias, alguns podem levar semanas até que o terçol diminua bastante ou desapareça.

JO – Como prevenir o terçol?

Sória – É preciso uma correta higiene do rosto, lavar diariamente pela manhã e na hora do banho, de preferência com sabonete neutro.

JO – Quem tem mais pré-disposição em pegar terçol?

Sória – Crianças e idosos e pessoas com pele oleosa têm uma predisposição maior ao terçol. Pessoas com má higiene pessoal também podem desenvolver mais essa doença.

Pessoas com blefarite – inflamação na borda das pálpebras com formação de uma espécie de ‘caspa’ – também têm uma chance maior de desenvolver terçol.

O médico ainda dá um lembrete importante que é não iniciar um tratamento com medicação oftalmológica sem uma consulta prévia. “Outro lembrete importante é sobre a validade da medicação – usualmente, colírios e pomadas têm uma validade de 2 meses após aberto. A validade que vem impressa na embalagem refere-se ao medicamento lacrado”, frisa Sérgio Sória.

Sória reforça que com relação à medicação (colírio ou pomada): o que serve para um paciente pode não ser adequado para outro – ou seja, na dúvida, não use medicação. “Pessoas com terçol de repetição (várias vezes nos últimos meses ou anos) devem fazer avaliação oftalmológica periódica para serem avaliados outros fatores de risco ou algum tratamento mais específico”, finaliza.

Da Redação

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