‘Vivi uma guerra’, diz enfermeira do AM que não tinha EPI para atender pacientes

A enfermeira obstetra Mayra Pires Lima iniciou seu testemunho à CPI da Covid destacando a situação de colapso enfrentada por seu Estado, o Amazonas, durante a pandemia. Ela comparou a situação enfrentada pelos profissionais de saúde no atendimento a pacientes com um cenário de guerra. “Hoje, eu falo que vivi uma guerra, pois, muitas vezes, atendi pacientes sem proteção nenhuma”, disse. Mayra foi a segunda a falar aos senadores nesta segunda-feira, 18.

Segundo a enfermeira, durante todo o ano de 2020, os profissionais de saúde com quem ela trabalha tiveram que arcar com seus equipamentos de proteção individual (EPI’s). Ela agradeceu aos amigos que em várias ocasiões arcaram com os EPI’s que ela usou. “Porque nós não tínhamos nem essas máscaras”, afirmou.

No início do ano, a enfermeira contraiu a doença. Como consequência, outros membros da família também foram infectados, entre eles, a irmã, que morreu durante o colapso no fornecimento de cilindros de oxigênio em Manaus. A irmã de Mayra deixou quatro filhos órfãos, dois deles, gêmeos, que na época tinham quatro meses. A enfermeira perdeu também um irmão para a doença.

Na avaliação da profissional, “um pouco de bom senso e um pouco de humanidade por parte dos gestores” teria dado um rumo diferente à pandemia no Estado.

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