Vizinhança se Une para cobrar recuperação do lago do parque Cidade de Toronto

Moradores do bairro City América, na zona norte de São Paulo, cobram do prefeito Ricardo Nunes (MDB) a recuperação urgente do lago do Parque Cidade de Toronto. Desde 16 de dezembro, eles também participam de um abaixo-assinado online, que até sexta já contava com 6.540 assinaturas.

“O lago do Parque Toronto está no seu fim se não houver, urgentemente, uma atenção do seu patrono que é responsável por ele. Infelizmente já foram feitos pedidos e denúncias para a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, alertando sobre a falta de manutenção e limpeza do lago, porém nada foi feito até o momento. A situação já está afetando a sobrevivência dos peixes e de outros animais. Há muito mato, sujeira, e a água do lago está diminuindo”, destaca a petição virtual.

Procurada, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), afirma que foi realizada uma batimetria, processo para verificar a profundidade do lago, e solicitadas propostas de desassoreamento para empresas técnicas especializadas. “Foram constatadas duas grandes limitações para desassorear o lago, pela quantidade de áreas de ninhos e hábitats de animais e pelo forte impacto que a ação pode gerar, particularmente pela quantidade demandada de área para secagem do sedimento.”

Morador há 34 anos da região, o aposentado Geraldo Afonso dos Santos, de 73 anos, há mais de 20 cobra ações de melhorias no parque que tem 109.100 m² de extensão. “São necessários investimentos de manutenção preventiva e reparadora no local, pois, com o tempo, o descuido começou a tomar conta de tudo. É preciso cuidar, principalmente do lago, que está totalmente coberto por algas. A gente tinha carpas, mas tive conhecimento de que muitas morreram. Praticamente sumiram do lago. Não podemos deixar o parque acabar, por isso, participo também do abaixo-assinado.”

Problema recente

A Prefeitura afirma que na semana passada, após fortes chuvas e onda intensa de calor, houve proliferação excessiva de macrófitas (plantas aquáticas) que cobriram parcialmente a superfície do lago. “Trata-se de um fenômeno ambiental sazonal. No mesmo dia, atendendo a um pedido da população, foi realizada vistoria pelos técnicos da Secretaria do Verde, na qual estiveram presentes o diretor da Divisão de Gestão de Parques Urbanos (DGPU), Vinicius de Souza Almeida, o coordenador de parques da região, Jorge de Andrade, o administrador do parque, Tiago Alves Lezo, o vereador Fábio Riva e sua comitiva, além de frequentadores do parque interessados no assunto”, acrescentou em nota oficial. A SVMA afirma ainda que possui um grupo técnico de especialistas que está em busca de uma solução viável para o caso, incluindo a elaboração de documentação técnica para remoção superficial das plantas aquáticas.

A vereadora Sandra Santana (PSDB-SP) disse que visitou o local a pedido dos moradores da região há uma semana. “É um parque importante da zona norte. É um pulmão verde e muito agradável. Sempre há questões de moradores que vão procurar melhorar o espaço. De lá mesmo contatei o prefeito Ricardo Nunes”, afirmou. Ainda segundo a vereadora, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) também esteve no local e vistoriou as galerias no entorno do parque.

Em nota, a Sabesp confirma a realização de vistoria. “Durante as inspeções, foi constatado que os sistemas de esgoto da companhia localizados no entorno do parque, na Avenida Cardeal Motta, em Pirituba, estão funcionando normalmente. Não foi identificado nenhum vazamento ou problemas relacionados à Sabesp.”

Ainda segundo a secretaria municipal, há outros parques com lagos em recuperação na cidade. São eles: Morumbi Sul (em implantação), com previsão de ocorrer ainda neste semestre, por meio de um Termo de Compensação Ambiental (TCA), e o Parque Laguinho – Jacques Cousteau, cujo processo também está em andamento.

Parceria

Inaugurado em 1.º de julho de 1992 pelo Município, o parque funciona diariamente, das 6 às 18 horas. Ele é resultado do programa de intercâmbio profissional criado em 1987 pelas prefeituras de São Paulo e de Toronto, no Canadá, coordenado pela Secretaria de Planejamento (Sempla).

Trata-se ainda de um remanescente do loteamento City América, rico em brejos e com um lago. Há composição predominantemente por brejo, bosque com espécies que caracterizam a paisagem canadense, áreas ajardinadas, além de reflorestamento com espécies nativas de Mata Atlântica.

Ainda conforme a Prefeitura de São Paulo, conta com a presença de uma fauna com hábitos específicos desse ecossistema. Com registro de pelo menos 146 espécies, incluindo insetos (borboletas), peixes (tuvira e acará), répteis (cágado pescoço de cobra, cobras d’água), anfíbios (sapo-cururu e rã-cachorro), mamíferos (preá e furão) e ao menos 112 aves.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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