Vulcão de Tonga provoca vazamento de óleo e tragédia ambiental no Peru

O presidente peruano, Pedro Castillo, assinou na quinta-feira, 20, um decreto apontando como de interesse nacional a emergência climática no país, depois de um grave derramamento de petróleo na costa central. O acidente foi provocado pelo tsunami causado pela erupção no último sábado de um vulcão submarino em Tonga, arquipélago no Pacífico distante quase 10 mil km, e produziu impactos no meio ambiente e nos meios de sobrevivência de centenas de pescadores da região.

“Estamos em um momento muito crítico em termos ambientais. Estamos em um dos lugares atingidos pelo derramamento de petróleo ocorrido há alguns dias, e que provocou o desastre ecológico mais preocupante na costa peruana nos últimos tempos”, afirmou Castillo durante visita ao distrito de Ventanilla, ao norte de Lima, a região mais atingida pelo acidente.

O derramamento ocorreu quando ondas provocadas pela erupção do vulcão em Tonga atingiram um petroleiro que descarregava sua carga em uma refinaria em Ventanilla, jogando o equivalente a seis mil barris de petróleo no mar.

Segundo as autoridades, a área atingida compreende 1,7 milhão de m2 em terra e 1,2 milhão de m2 no mar – ao todo, 2,5 km de barreiras de contenção foram instaladas para conter o avanço da mancha, e 50 pessoas trabalham para retirar o petróleo.

O governo peruano classificou o derramamento como “o pior desastre ambiental” nos arredores da capital nos últimos anos, e afirmou que a empresa responsável pelo terminal, a espanhola Repsol, deverá indenizar o Estado.

“Não podemos fugir das responsabilidades, e no caso da empresa responsável pelo desastre ambiental, esperamos que se responsabilize”, declarou Castillo.

Uma porta-voz disse que a empresa não recebeu alertas da Marinha peruana sobre o risco de tsunami. “Não podemos dizer quem é o responsável”, disse Tine van den Wall Bake Rodríguez, chamando o derramamento de “lamentável incidente”.

Indo além do acidente de sábado, Castillo quis marcar uma posição com o decreto em que passa a considerar de interesse nacional a emergência climática no Peru. Segundo o presidente, a medida permitirá ao governo tomar ações práticas para fazer frente às mudanças do clima. “Estamos aqui não só para defender o mar, mas também para defender os rios, as grandes cidades e a população que quer que o Estado se lembre dela”, afirmou.

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