Zootecnista aborda a importância da dieta para aprimorar o potencial produtivo do frango de corte

O último bloco do 21º Simpósio Brasil Sul Avicultura (SBSA), que encerrou nesta quinta-feira (08), trouxe ao debate o tema nutrição. Para contribuir com as discussões do setor em torno do assunto, o zootecnista Alex Maiorka palestrou sobre a influência da estrutura da dieta para o trato digestivo e problemas relacionados ao mau desenvolvimento na produção avícola.

Além de depender de condições de ambiente, manejo e sanidade, o bom desempenho dos frangos de corte exige uma atenção especial ao trato digestório para assegurar que as aves recebam a energia e os nutrientes adequados ao seu desenvolvimento.

De acordo com o especialista em nutrição animal, o trato digestório deve apresentar características estruturais que possibilitem a ingestão e a passagem de alimento pelo trato, alterações físicas e químicas do alimento e absorção dos produtos da digestão.

Fatores como a forma e o tamanho das partículas da ração são determinantes para o bom funcionamento do trato gastrintestinal (TGI) das aves. O aspecto físico da ração pode, por exemplo, modificar as características funcionais das estruturas tubulares do sistema digestório desses animais, ao alterar a motilidade, o pH, a colonização microbiológica ou até mesmo pela maior ou menor disponibilidade de nutrientes para a nutrição celular local.

Nesse sentido, a forma de processamento da ração pode melhorar sensivelmente a qualidade nutricional. Dois dos processos tecnológicos mais relevantes citados pelo zootecnista são a moagem e a peletização. Ao moer os ingredientes da ração, é possível aumentar a superfície de exposição à ação ácida e enzimas digestivas e, assim, intensificar a digestibilidade do alimento.

Entre os tipos físicos de dieta – farelada, triturada e peletizada – Maiorka destaca a peletização de rações, largamente utilizada pelas empresas avícolas, por sua eficiência no desenvolvimento das aves. “Ela traz benefícios como a melhora da digestibilidade de alguns nutrientes, a redução do desperdício e, ainda, tem um efeito de poupar energia, uma vez que a ave apresenta maior eficiência ao ingerir ração peletizada do que a ração farelada”.

Estudos apresentados pelo palestrante apontaram que dietas com partículas maiores contribuem para o aumento do consumo de ração e, consequentemente, maior ganho de peso e de aproveitamento dos nutrientes. Com análises do ponto de vista morfológico, pesquisas observaram que a moela bem desenvolvida pode ser considerada uma barreira adicional de proteção contra bactérias anaeróbicas, inclusive algumas nocivas. “O impacto da estrutura do alimento está diretamente relacionado com a contração muscular. Quanto mais grosseira for a partícula de alimento, maior será a contração muscular e, consequentemente, maior será o desenvolvimento da moela, que representa uma melhor funcionalidade digestiva”, explicou.

Outro fator relevante é a relação do consumo de alimento à produção de saliva. A forma física da dieta pode interferir na quantidade de saliva produzida – fundamental para facilitar a ingestão do alimento. “Quando o pellet é íntegro facilita o consumo da ave, pois a quantidade de saliva produzida é suficiente para lubrificá-lo”, afirmou. O professor também abordou os impactos do jejum hídrico sobre o desempenho do animal e falou sobre o quanto essa abstinência pode comprometer o consumo de alimentos.

Para concluir, Maiorka reafirmou que o tamanho das partículas e a forma física da ração podem influenciar o consumo e a utilização dos alimentos, por proporcionar alterações morfológicas, nas secreções digestivas e no tempo de permanência da dieta do trato gastrintestinal. “Os nutrientes apresentam ação local muito importante junto às células intestinais. Quanto aos efeitos relativos à carga microbiana, atribuídos aos processos térmicos, estes devem ser avaliados sempre de forma mais ampla”, finalizou.

SIMPÓSIO E POULTRY FAIR

Em paralelo ao 21º Simpósio Brasil Sul Aviculturafoi realizada a 12ª Brasil Sul Poultry Fair. Na feira virtual, mais de 70 empresas nacionais e multinacionais estão apresentaram seus produtos e inovações, possibilitando um ambiente de troca de ideias e de aprimoramento técnico dos congressistas.

O 21º Simpósio Brasil Sul Avicultura, que encerrou nesta quinta-feira (08),  contou com apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc), da Prefeitura de Chapecó, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), da Embrapa Suínos e Aves e da Unochapecó. Para saber mais acesse: www.nucleovet.com.br/simposio/avicultura.

Da Assessoria

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