Portos do Paraná avança em cooperação internacional voltada à transformação digital
Os portos do Paraná são os primeiros da América Latina a adotarem uma solução baseada na colaboração entre os diversos atores envolvidos na atracação e desatracação dos navios para otimizar o gerenciamento das operações portuárias. É o Port Colaborative Decision Making, cuja implantação é um dos resultados obtidos em cooperação técnica com a Fundación Valenciaport, da Espanha.
Outra conquista que chega com a conclusão da primeira grande fase dos trabalhos desenvolvidos nessa parceria inovadora é a definição do modelo do primeiro Sistema de Comunidade Portuária (Port Community System-PCS) do Brasil.
“Assim, em uma atitude pioneira, a Portos do Paraná dá mais um grande passo rumo à transformação digital na gestão portuária, colocando o Estado em destaque entre os portos do Brasil e da América Latina”, destaca o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Como parte desse processo, Garcia recebeu o diretor de Desenvolvimento de Negócio Internacional, Miguel Garín, e Jonas Mendes Constante, consultor de Estratégia e Inovação da Fundação e diretor do projeto da Portos do Paraná.
“Esse desenvolvimento inovador vem sendo realizado em quatro frentes principais. Em uma iniciativa inédita, em pleno período pandêmico, seguimos investindo em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e formação para modernizar os portos paranaenses”, afirma Luiz Fernando Garcia.
Além dos dois sistemas, a autoridade portuária do Estado está desenvolvendo um diagnóstico e roteiro para melhorar a segurança cibernética da Portos do Paraná e capacitar a própria equipe – principalmente as lideranças – em transformação digital, estratégia e gestão portuária.
A abordagem da empresa pública, contemplando investimentos nessas áreas de forma interconectada e com ações paralelas e integradas, é única no Brasil. “Entre os objetivos da iniciativa em inovação está o de incrementar a eficiência e capacidade da disponibilidade dos serviços da empresa aos operadores e usuários, e nos colocarmos, enquanto comunidade portuária, em um novo patamar”, afirma o diretor-presidente.
CAPACITAÇÃO – Segundo o consultor de Estratégia e Inovação da Fundação, Jonas Mendes Constante, a última etapa, a ser realizada nos próximos meses, é a formação de 40 gestores portuários, capacitando a equipe da Portos do Paraná para essa nova fase da empresa.
“A Portos do Paraná é hoje a primeira do Brasil que tem o seu sistema de comunidade portuária já desenhado e, agora, já pode avançar rapidamente para a implantação. É uma vantagem competitiva dos portos paranaenses em relação aos demais portos”, garante o consultor, que destaca a eficiência e competitividade que o sistema gera a toda a comunidade portuária.
“Já em relação à solução do PortCDM, a Portos do Paraná é a primeira autoridade portuária da América Latina a implantar o conceito, implantado nos maiores portos mundiais”, detalha o especialista.
DESTAQUES – Segundo o diretor de Desenvolvimento de Negócio Internacional, Miguel Garín, o projeto desenvolvido em cooperação técnica com a Fundação Valenciaport tem um objetivo de trazer aos portos do Paraná as melhores práticas do Porto de Valência, na Espanha.
“A Fundação Valenciaport é a instituição do porto de Valência responsável por estabelecer colaborações internacionais com outros portos para compartilhar conhecimento, tanto com a capacitação quanto com a assistência técnica”, explica.
Esse tipo de colaboração, completa Garín, tem o objetivo fundamental de incrementar a competitividade dos portos. “Fazer com que os portos sejam mais eficientes, mais eficazes e, sobretudo, que se destaquem de outros portos”, diz.
Ainda segundo o diretor da fundação valenciana, esses destaques podem ser alcançados por diferentes caminhos: pelos investimentos em infraestrutura; obras; recurso humano; e, também, pela transformação digital.
“A Portos do Paraná já havia começado um caminho de transformação digital. O que fizemos foi vir e apoiar para acelerar esse caminho e defini-lo de uma maneira mais sólida, com base na experiência da nossa equipe”, conclui Miguel Garín.
O que são Port Community System e Port Colaborative Decision Making
O Port Collaborative Decision Making (PortCDM), que já está implantado, em fase de teste, é uma proposta de gerenciamento das operações marítimas em tempo real, que tem como objetivo otimizar o fluxo das operações e a troca de informação entre os atores envolvidos no processo de entrada e saída de navios nos portos do Paraná (praticagem, rebocadores, amarradores, Anvisa, Receita Federal).
É uma ferramenta voltada ao segmento da navegação que permite o intercâmbio de dados entre os diversos envolvidos em diferentes escalas, melhorando o conhecimento da real situação das operações, uma vez que cada agente tem ciência das informações que são pertinentes e relevantes ao seu processo em particular e compartilha com os demais seus eventos. A troca de informações facilita o planejamento dos agentes, fornecendo ferramentas para gerar estimativas precisas de eventos futuros e necessidades de recursos com antecedência.
Já o Port Community System (PCS) da Portos do Paraná (PCS Portos do Paraná) é uma plataforma eletrônica de troca de dados entre a comunidade portuária. Busca conectar múltiplos sistemas usados por diferentes organizações envolvidas na atividade, integrando as informações de toda cadeia logística, promovendo eficiência por meio da redução de tempos e custos.
Entre outros pontos solucionados com a implementação do PCS Portos do Paraná estão o excesso de sistemas que os usuários do porto precisam utilizar, resultando muitas vezes em redundância de informação em plataformas legadas, muitas vezes com dificuldades de evolução e manutenção. Também é fundamental citar a importância da integração automática entre o PCS e os sistemas do governo federal, algo inexistente no contexto dos sistemas legados.
O PCS é mais abrangente – uma plataforma que concentra as informações dos outros sistemas.
Da AEN
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