2022 registra menos ocorrências de queimadas em relação ao ano passado

O mês de setembro trouxe chuvas para toda a região Oeste e temperaturas amenas. O período sucede uma das épocas mais críticas do ano, o mês das queimadas. Tipicamente conhecido pelos ventos secos e fortes e a grande incidência de queimadas nas vegetações, tanto na área urbana quanto na rural, o mês de agosto sempre apresenta um cenário muito perigoso tendo em vista a probabilidade do fogo perder o controle e se propagar rapidamente.

Contudo, as condições climáticas deste ano alteraram o cenário. Durante todo o ano de 2022, o Corpo de Bombeiros de Toledo registrou, até o mês de agosto, 39 ocorrências de incêndio ambiental. Durante o mesmo período no ano passado foram 217 ocorrências. “Essa grande diferença se dá pelo número de dias que choveram, ano passado quase não tivemos chuvas”, comenta a tenente e chefe da Seção de Prevenção de Incêndios do Corpo de Bombeiros de Toledo, Marcela Schwendler.

Segundo dados da estação de meteorologia da PUC-PR, campus Toledo, em 2021 choveu na região de Toledo 821 milímetros até o mês de agosto. Neste ano o volume de chuva acumulado é de 1.382 milímetros até agosto. “Cerca de 70% a mais de chuva neste ano para o mesmo período do ano passado”, comenta o professor de Agrometeorologia da PUC-PR, campus Toledo, Alexandre Luis Müller.

Em comparação com o ano passado, a tenente do Corpo de Bombeiros pontua que o cenário sobre a incidência de queimadas está mais tranquilo, tendo em vista que, de forma excepcional, ocorreram mais períodos de chuvas, o que diminui o risco de queimadas descontroladas em nossa região. “Mas nesse caso, contamos com o fator sorte para que a incidência de precipitações diminuísse o número de queimadas. O correto mesmo é trabalhar com a conscientização das pessoas para que não realizem queimadas, principalmente durante essa época do ano que tem todas as condições para que o fogo se propague muito rapidamente causando grandes estragos”.

FATORES – A tenente explica que quase que na totalidade as queimadas são causadas por fatores humanos e as consequências são muito graves, tendo em vista o risco do fogo acabar atingindo residências que ficam localizadas na área rural. A fumaça também pode chegar em rodovias causando acidentes graves, sem contar todo o prejuízo econômico e o dano ambiental de flora e de fauna.

Ela pontua ainda que as queimadas podem surgir por meio de duas causas: as naturais e as artificiais (antrópicas). “As primeiras podem acontecer por meio de outros eventos naturais, como a queda de um raio ou a ocorrência de tempo muito seco com altas temperaturas e baixa umidade. Já as queimadas artificiais são aquelas em que o ser humano ateia fogo em alguma área para eliminar possíveis entulhos ou matéria orgânica. É uma prática antiga, mas que traz sérios danos ao solo e à qualidade do ar”.

Geralmente, esse tipo de queimada, as artificiais, tem como justificativa a limpeza de um terreno para um novo plantio, pasto, a abertura de grandes áreas, estradas e, também, o desmatamento. “Existe também as bitucas de cigarro jogadas em área de mato, com todas as condições favoráveis ao fogo, uma simples bituca pode causar um grande incêndio”, acrescenta.

PERIGO – Na região de Toledo, a maior frequência de queimadas acontece na região rural, tendo em vista a prática realizada para limpeza de terreno agropastoril e a perda do controle pelas condições climáticas. A tenente e chefe da Seção de Prevenção de Incêndios do Corpo de Bombeiros de Toledo, Marcela Schwendler, salienta que, além do estrago na fauna e na flora, as queimadas também podem colocar a vida das pessoas em risco. “A queimada em área rural pode fazer com que a fumaça chegue na rodovia, obstruindo a visão dos motoristas e sendo o principal motivo de colisões graves. Em São José dos Pinhais, no ano retrasado, a fumaça de uma queimada causou um engavetamento sério na BR 277, um cenário de múltiplas vítimas inclusive de várias que entraram em óbito no local. Sem contar todo o empobrecimento do solo, o dano ambiental, a poluição, o risco de residências que ficam em área rural”, reforça.

Para evitar prejuízos a natureza e danos a vida, a orientação do Corpo de Bombeiros é não realizar a prática da queimada, tendo em vista o grande perigo que isso representa. “Caso avistar uma queimada, o cidadão pode ligar para o Corpo de Bombeiros o quanto antes por meio do telefone 193”, conclui.

Da Redação

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