41 Anos da Estação Antártica: História, Pesquisas e Modernização do PROANTAR
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Nesta quinta-feira (6), a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) comemora 41 anos, reafirmando a presença brasileira no Continente Branco. Desde sua inauguração, em 6 de fevereiro de 1984, a estação passou por modernizações e ampliações, consolidando-se como um importante polo para estudos interdisciplinares em um dos ambientes mais desafiadores do planeta.
Localizada na Ilha Rei George, na Baía do Almirantado, a EACF abriga militares e pesquisadores empenhados em desvendar os mistérios do ecossistema antártico. A qualidade das instalações e a eficiência energética adotada nos 41 Anos da Estação Antártica possibilitam a realização de pesquisas em condições seguras, sustentáveis e confortáveis. Atualmente, os estudos abrangem áreas diversas, como microbiologia, biotecnologia, meteorologia e vigilância epidemiológica.
Os resultados obtidos nos 41 Anos da Estação Antártica não apenas ampliam o aprendizado sobre a Antártica, mas também geram dados essenciais para o entendimento dos impactos dos eventos climáticos extremos no território terrestre brasileiro e na Amazônia Azul. A produção de conhecimento gerada também consolida o Brasil como um dos principais atores do Sistema do Tratado Antártico, reforçando seu compromisso com a pesquisa científica, a preservação ambiental e a promoção da cooperação internacional.
A denominação da estação homenageia o Capitão de Fragata Luiz Antônio de Carvalho Ferraz, um dos pioneiros do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), que desempenhou um papel fundamental na concretização do objetivo de assegurar a presença permanente do Brasil na Antártica.
Reconstrução
Em fevereiro de 2012, após 28 anos dedicados ao apoio da pesquisa científica, a estação sofreu um incêndio devastador que afetou 70% de suas instalações. Mesmo diante do incidente, os trabalhos prosseguiram com os recursos disponíveis. O Navio Polar (NPo) “Almirante Maximiano”, o Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) “Ary Rongel” e os laboratórios que não foram atingidos garantiram a continuidade das atividades.
A solidariedade internacional se fez presente nesse período crítico. Instituições de países com os quais o Brasil mantém sólida cooperação na Antártica enviaram apoio, permitindo o desenvolvimento de atividades conjuntas. Durante o processo de reconstrução da EACF, essas parcerias possibilitaram o uso de outras estações antárticas, assegurando que a produção científica na região não perdesse o ritmo.
Em janeiro de 2020, após uma profunda reestruturação, a EACF reabriu suas portas contando com 17 laboratórios – 14 no edifício principal e três em módulos isolados – além de áreas técnicas, de convivência e de operação. Hoje, a Estação é considerada uma das mais modernas e seguras entre as instaladas no Continente Antártico.
Sobre o PROANTAR
Criado em 12 de janeiro de 1982, o PROANTAR surgiu com o propósito de elevar o Brasil de mero espectador das decisões sobre a Antártica a um participante ativo e respeitado. O Programa busca compreender os fenômenos que ocorrem na região e que possuem repercussão global, especialmente sobre o território brasileiro. Além disso, assegura ao País a condição de Membro Consultivo do Tratado da Antártica, garantindo sua plena participação nos processos decisórios sobre o futuro do Continente Branco.
Tendo à sua frente a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), da Marinha do Brasil, o PROANTAR tem sido fundamental para que o País tenha protagonismo nos estudos sobre a região e seus fenômenos naturais, que atingem todo o planeta, influenciando o clima e as condições de vida, especialmente no Hemisfério Sul.
Suporte logístico da Marinha
O Subsecretário do Programa Antártico Brasileiro, Capitão Alessander Felipe Imamura Carneiro, destaca que a Marinha utiliza uma variedade de recursos navais para apoiar o PROANTAR. Durante o verão austral, quando as condições de navegação são ideais, são enviados o NApOc “Ary Rongel” e o NPo “Almirante Maximiano”, além de dois helicópteros UH-17 embarcados.
Esse esforço visa garantir a continuidade das operações logísticas do PROANTAR, facilitando ainda a montagem de acampamentos científicos e a realização de levantamentos hidrográficos. Além disso, os navios atuam como plataformas móveis para pesquisas em oceanografia, meteorologia, biologia e química, ampliando o campo de amostragem para os projetos partícipes.
Os militares que atuam na estação e integram o chamado Grupo-Base têm a responsabilidade de assegurar a segurança e o desenvolvimento das atividades científicas, tanto em terra quanto no mar. Eles mantêm e operam a estação e seus equipamentos durante a missão, que se estende por 13 meses, contribuindo decisivamente para o sucesso das pesquisas realizadas na região.
“A MB também garante a presença contínua do Brasil na Antártica com a operação e manutenção da Estação. Ao longo do ano, coordena voos de apoio ao Programa, realizados pela Força Aérea Brasileira (FAB), e promove o treinamento de todos os envolvidos nas Operações Antárticas”, explicou o Capitão de Mar e Guerra Imamura.