Alimentação e bebidas impactaram nos resultados da inflação no Brasil

O grupo de alimentação e bebidas não foi o que apresentou a maior variação anual, mas foi o que teve maior impacto nos resultados da inflação no Brasil em 2022, conforme as informações da pesquisa da cesta básica de Toledo. Em seguida aparece o grupo de saúde e cuidados pessoais que obteve a segunda maior variação do ano e o segundo maior impacto.

A coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Regional e da pesquisa, professora Dra. Crislaine Colla salienta que o grupo de vestuário apresentou a maior variação anual e o terceiro maior impacto. “Já o grupo de transportes apresentou a maior queda e o impacto negativo mais intenso em função, especialmente da redução do preço da gasolina, que caíram de forma mais expressiva entre os meses de julho e setembro, em decorrência de uma série de reduções no preço do combustível nas refinarias e também da aplicação da Lei Complementar 194, que limitou a cobrança de ICMS sobre os combustíveis pelos estados”.

VOLATILIDADE – No ano passado, os índices dos custos da cesta básica de Toledo apresentaram uma grande volatilidade e isso culminou com o aumento anual acumulado de 10,87%. “O aumento é significativamente maior do que a inflação anual, que foi de 5,79%. Além disso, o valor do salário mínimo corrigido para 2023 será de R$1.302,00, com uma variação de 5,81%, o que significa que não haverá ganho real, pois compensa apenas as perdas inflacionárias”, pontua Crislaine.

Ela ressalta que o aumento do custo de alimentação foi maior que a variação da inflação, o que prejudica ainda mais os trabalhadores com menor renda. “Por último, aponta-se que essas variações retratam uma perda do poder de compra do consumidor, que também é verificada quando se observa a evolução do grupo de alimentação e bebidas para a variação da inflação (IPCA), além de analisar o aumento dos gastos com esse segmento”.

A professora explica que o crescimento da inflação no grupo de alimentos tende a ter efeitos negativos mais significativos para a população de renda mais baixa. “Essas pessoas utilizam parte substancial de sua renda para a compra de alimentos e são mais sensíveis às variações verificadas”.

Da Redação

TOLEDO

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