Alimentos integrais: saúde e qualidade de vida longe dos ultraprocessados

Quem está em busca de uma alimentação saudável ou perda de peso provavelmente já se deparou com a recomendação de ingerir alimentos integrais. Ricos em fibras, os alimentos integrais são grãos e cereais que não passam por nenhum processamento e, por isso, conservam películas e cascas que mantém suas características originais.

Entre eles estão o arroz, aveia, trigo e centeio, assim como farinhas e farelos integrais produzidos a partir desses alimentos. Outros alimentos que não passam por refinamento, como feijão, lentilha, grão-de-bico, semente de linhaça, chia e quinoa, também são naturalmente integrais.

E esses alimentos estão ganhando cada vez mais espaço nas gôndolas dos supermercados. Novas receitas também são desenvolvidas com esses ingredientes e conquistam o paladar da população. O aumento na procura por esses alimentos integrais tem sido observado, principalmente pelos benefícios que eles proporcionam para a saúde.

O nutricionista e professor universitário Eduardo Henrique Szpak Gaievski explica que no passado houve uma mudança na forma da população se alimentar. Nos últimos anos, ela passou a consumir muitos alimentos ultraprocessados, vivendo uma transição nutricional.

“Nós saímos de uma população onde existe uma grande prevalência de desnutrição e passou a ver outras doenças que passaram a ser prevalentes que são as doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, diabetes, doenças no coração, e assim, por diante. E basicamente essas doenças vem pela forma como nós nos alimentamos, pelo maior consumo de ultraprocessados”.

A preocupação com a saúde e a busca por qualidade de vida motivaram a população a resgatar o hábito de consumir alimentos menos processados e mais integrais e in natura. “Consumindo um alimento integral teremos um maior aporte de vitaminas, minerais e fibras. As fibras vão reduzir os níveis de colesterol, que podem diminuir os níveis de triglicerídeos, os níveis de glicose no sangue. Então a interação dessa fibra que está no alimento integral pode influenciar outros nutrientes e o nosso corpo também”, complementa.

DE OLHO – Contudo, na hora de fazer as compras, é preciso estar atento as embalagens dos alimentos classificados como integrais. O nutricionista explica que o consumidor deve observar os rótulos dos alimentos. No caso de um pão integral, por exemplo, a farinha integral deve ser o ingrediente principal.

“Porque nos rótulos, a ordem dos ingredientes estão de acordo com aquele alimento. Então se eu tenho uma farinha integral que está no final da lista de ingredientes quer dizer que tem em menor quantidade. Qual é o principal ingrediente desse produto? Talvez seja uma farinha processada e esse é um cuidado que temos que ter para não comprar errado”, esclarece.

Além de olhar os ingredientes dos produtos, é preciso estar atento se aquele alimento é de fato integral e saudável. Muitos produtos alimentícios como biscoitos fit, divulgados pela indústria para auxiliar na busca pelo emagrecimento, podem carregar dentro das embalagens algumas armadilhas nocivas para a saúde.

“Podem ter mais alimentos ultraprocessados, outros tipos de carboidratos, outros tipos de açúcares, conservantes, nutrientes e compostos que podem trazer malefícios para o organismo a longo prazo. Então não necessariamente o que vemos no rótulo pode ser algo benéfico”.

COMIDA DE VERDADE – Para quem busca uma alimentação saudável e equilibrada, o nutricionista Eduardo Henrique Szpak Gaievski orienta consumir alimentos de verdade. “Nesse sentido, não é ir em busca de produtos, mas de alimentos de fato. Procurar nas feiras, produtores locais, essa pode ser uma estratégia. Também podemos encontrar alimentos integrais e de qualidade, mas sempre atentos ao rótulo e a quantidade de ingredientes”.

Além dos alimentos integrais, as fibras, vitaminas e minerais também estão presentes em outros alimentos como frutas e grãos. Gaievski enfatiza que quanto mais colorido e diversificado é o prato, mais saudável e equilibrada é a comida.

“Em um prato colorido já tem um bom aporte de fibra, então ao longo do dia, com essas variedades e essas combinações, muito provavelmente a pessoa vai atingir uma recomendação diária de fibras que é em torno de 20 gramas por dia”.

Contudo, consumir fibra de forma isolada não trará o resultado necessário. O nutricionista esclarece que os benefícios serão adquiridos através de uma combinação de todas as escolhas que a pessoa faz ao longo do seu dia.

“Cada momento é importante. Devemos ter combinações, cores, diversidades para conseguir ter esse aporte de fibras e também de outros macro e micro nutrientes”, finaliza.

Da Redação

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