Altas temperaturas do verão podem impactar nas criações de tilápias
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A infraestrutura, a escolha da espécie e o manejo dos animais são detalhes da atividade de piscicultura. Elas garantem a qualidade do peixe durante a comercialização. No verão é comum aumentar a quantidade de ração fornecida aos peixes, o que pode comprometer características da água ou o sabor da carne.
Os níveis de poluentes da água durante os períodos de calor devem ser monitorados regularmente pelo produtor. Para estabelecer os cuidados com a piscicultura no verão é necessário respeitar os níveis de oxigênio, pH, transparência, amônia, dureza e nitrito.
De acordo com o médico veterinário do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) Gelson Hein, o verão é um desafio para o produtor manter o cultivo do peixe, uma forma boa e com um ambiente sustentável controlado.
Ele explica que algumas medidas são necessárias para manter o peixe vivo e evitar a baixa resistência do peixe por estresse ou pelo calor. “O produtor deve estar atento, porque muitas estruturas das propriedades de viveiros não são favoráveis para tal condição”.
TEMPERATURAS – As temperaturas de 26º C até 30º C são consideradas boas para a criação de tilápia. O médico veterinário do IDR-PR complementa que a tilápia tende a se alimentar mais no período de verão. “O produtor precisa aproveitar muito bem esses momentos ou esses dias”.
As tilápias são peixes originários da África e as temperaturas elevadas são favoráveis aos seus crescimentos. “O momento é considerado positivo. Mas, quando a temperatura chegar a 32ºC o produtor precisa ficar atento. Se a temperatura ficar acima deste valor a situação é ainda mais preocupante”, afirma Hein.
O médico veterinário recomenda que o produtor precisa ajustar a quantidade de ração, ou seja, a taxa de ração deve ser repassada à tilápia em função do peso do peixe. Hein recomenda que diante de cada caso existe a necessidade de reduzir a alimentação do peixe durante o dia. “Assim, é possível evitar que a tilápia tenha indigestão alimentar ou tenha sobras de alimentos no viveiro”.
RECOMENDAÇÕES – Outra orientação do médico veterinário é o produto observar – obviamente – quando a biomassa do viveiro fica alta. “Acima de 30 toneladas por hectare é considerada uma biomassa bem significativa e o sinal de alerta ao produtor deve ser ligado”.
Uma mudança que pode ser positiva para a produção de tilápia é a construção de um viveiro mais profundo. “É uma atitude que pode auxiliar tanto no verão quanto no inverno. Assim, é possível manter uma estabilidade maior do ambiente, desde que respeite os limites durante a construção do viveiro”, menciona o médico veterinário.
Outra possibilidade ao produtor citado por Hein é a substituição da água quando a temperatura estiver mais quente. “Assim, conseguimos tirar um pouco dessa água; não é uma medida fácil ou tão recomendável, mas pode trazer solução para a produção”, sugere.
Um fator também fundamental para o desenvolvimento do peixe é a aeração. “O produtor deve estar atento e, conforme a necessidade da cadeia, aumentar ou diminuir esse processo. Para isso, ele precisa medir o oxigênio no mínimo duas vezes por dia. Exemplos: no final do dia, quando o sol ainda está se pondo, porque o produtor consegue saber a quantidade de oxigênio existente no viveiro e se a condição será a adequada para o período noturno. Por sua vez, ele precisará fazer uma nova medida ao clarear do dia, isto é, quando o sol ainda não nasceu”.
De acordo com o médico veterinário, muitos peixes acabam sofrendo ou morrendo por falta de oxigênio diante de uma aeração não eficiente. “Em algumas situações, o produtor não fez a previsão desse suprimento adequadamente. Por isso, a orientação em promover duas medidas. Além disso, esse trabalho deve ser realizado em todos os viveiros. São ações que podem colaborar para manter o desenvolvimento do peixe, mesmo diante das altas temperaturas”.
Da Redação
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