“Ameixa e Tingo”, jacutingas nascidas no Parque das Aves, são nova esperança para salvar espécie da extinção

Os dois machos de jacutinga serão reintroduzidos em seu ambiente de ocorrência natural pelo Projeto Jacutinga, da SAVE Brasil

Nesta terça-feira, 2 de maio, dois filhotes de jacutingas (Aburria jacutinga), nascidos no Parque das Aves estão mudando de Foz do Iguaçu, no Paraná, para São Francisco Xavier, em São Paulo, para serem reabilitados e possivelmente reintroduzidosem seu ambiente natural, na Mata Atlântica, pelo Projeto Jacutinga, da SAVE Brasil (Sociedade para Conservação das Aves do Brasil).

“Com esses dois filhotes, já são15jacutingas ao todo nascidas no Parque das Aves e enviadas para integrar o Projeto Jacutinga, coordenado pela SAVE Brasil, e isso demonstra que estamos trilhando o caminho certo para recuperar a espécie em suas áreas de ocorrência natural“ comenta Paloma Bosso, diretora técnica do Parque das Aves.

A viagem

As jacutingas serão enviadas em caixas de transportes feitas pela equipe de infraestrutura do Parque das Aves, seguindo a legislação da IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos), proporcionando o bem-estar necessário para uma viagem tranquila para as aves. As caixas têm cortinas, que fecham a janela por onde elas podem ser observadas, e contam com feno como substrato, além de um pouco de alimento, para que se mantenham alimentadas e hidratadas durante todo o trajeto.

Antes de irem, as jacutingas passaram por exames de rotina e testes laboratoriais, cumprindo protocolos sanitários conforme estabelece a SAVE Brasil, e garantindo, assim, o controle sanitário adequado.

“As aves decolarão do Aeroporto de Foz do Iguaçu por volta das 9h50 e serão transportadas através do Voo Solidário, da LATAM. Como precisam estar lá com no mínimo 3 horas de antecedência, vamos começar os preparativos para a viagem bem cedinho, acomodando de forma adequada os dois filhotes nas caixas de transporte para deixá-los bem confortáveis. Chegando no Aeroporto de Guarulhos, sigo então de carro com eles até São Francisco Xavier. Já fiz essa viagem algumas outras vezes, mas sempre me emociono bastante, pois cada indivíduo aumenta a esperança para toda a espécie”, reforça Paloma.

Colaboradores do Parque das Aves escolhem apelidos

Antes de irem para sua nova residência, na Serra da Mantiqueira, as jacutingas foram batizadas pelos colaboradores do Parque das Aves em uma votação realizada internamente, sendo os apelidos escolhidos Ameixa e Tingo.

“É uma tradição as aves que vêm para o viveiro de reabilitação, em São Francisco Xavier, terem um apelido. A nossa equipe geralmente batiza as aves assim que chegam, mas dessa vez os colaboradores do Parque das Aves ajudaram a escolher os apelidos”,  fala Alecsandra Tassoni, coordenadora do Projeto Jacutinga.

O Projeto e a jacutinga

A jacutinga é uma ave que só ocorre na Mata Atlântica e está ameaçada de extinção no Brasil, segundo a UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza), tendo desaparecido em algumas regiões do país por causa da caça e da degradação de seu ambiente, mas também por causa da exploração de uma importante fonte de alimento da ave; o palmito-juçara (Euterpe edulis). Hoje, sua população é estimada em aproximadamente 2.000 indivíduos, e com tendência ao declínio.

O Projeto Jacutinga, da SAVE Brasil, começou suas atividades em 2014 com a finalidade de reintroduzir e monitorar jacutingas, com suas ações fundamentadas em pesquisa científica, educação ambiental e articulação com órgãos de fiscalização ambiental. A reintrodução de jacutingas neste momento ocorre na Serra da Mantiqueira, área de Mata Atlântica, localizada no distrito de São Francisco Xavier.

Toda ação bem-sucedida de conservação é sempre coletiva, com o envolvimento de diversas instituições, incluindo aí todos os colaboradores do Parque das Aves e também as pessoas que visitam o atrativo ou nos motivam pelas redes sociais.

“Apenas juntos podemos realizar esse trabalho lindo com a conservação de espécies ameaçadas, que vai resultar na reintrodução de mais jacutingas na natureza até termos a confirmação do nascimento de filhotes na região onde estão inseridos. É importante ressaltar também que essa conquista só foi possível graças aos visitantes. Pelo fato de o Parque das Aves ser uma instituição privada, é através dos recursos obtidos na bilheteria, no nosso Complexo Gastronômico e loja que conseguimos proteger espécies ameaçadas de extinção da nossa Mata Atlântica”, finaliza Paloma.

Assessoria Parque Das Aves

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