Amizade na infância: sinais de solidão devem ser observados

“Amigo é coisa pra se guardar; debaixo de sete chaves; dentro do coração” – esse trecho da famosa música Canção da América de Milton Nascimento já marcou diversas amizades. Na data de 14 de fevereiro também é celebrado o Dia da Amizade – sentimento que une vidas e começa ainda na infância. A dificuldade em fazer amigos e os sinais de solidão deve ser observados.

“A amizade entre crianças ocorre entre duplas ou em grupo. Ela tem a reciprocidade e a igualdade como fatores marcantes”, explica a psicóloga, Jane Patti. “As crianças passam boa parte do tempo com os amigos. Nestes momentos, vivem a troca de experiência e conhecimento, vivem estímulos do convívio social, do saber dividir, saber negociar, saber seguir regras, e o mais importante: brinca, viver a infância”.

Jane comenta que basta chegar em um parquinho para que, rapidamente, crianças que nunca se viram antes passem a brincar a juntas. Ela cita que essa facilidade em fazer novos amigos é um atributo da infância. Existem amizades que iniciam neste período e seguem pelo resto da vida.

Segundo a profissional, a amizade na infância proporciona situações em que elas precisam aprender a expressa sentimentos, aprender a resolver conflitos, se comunicar, viver a competitividade, entre outros sentimentos. Ela pontua que essas experiências são encaradas de maneira diferentes e de acordo com cada etária, além de fatores pessoais.

As crianças, geralmente, não possuem barreiras para fazer amizade. Porém, como isso não é regra é importante validar o sentimento da criança quando existem as queixas de não ter amigos, de não socializar, de querer estar sozinha – cada caso é preciso ser avaliado, contudo, os responsáveis devem estar atentos.

AMIZADE NA ADOLESCÊNCIA – Quando a amizade é tema entre os adolescentes, Jane pontua que o ‘tom’ da conversa é outro. “Essa faze é cheia de descobertas, de dúvidas, de querer provar autossuficiência e as amizades fazem a diferença neste período também”, aponta ao mencionar que a amizade na adolescência também é caracterizada pelas interações sociais e tem importância na construção da identidade do adolescente.

Jane comenta que é na adolescência que acontecem as decisões em grupo, por exempli, aquelas que não refletem diretamente a intervenção dos responsáveis. Além disso, também é o momento de escolhas, no que se refere, ao querer fazer por desejo próprio ou por indução ou intervenção das amizades.

DIDIFULDADE EM MANTER AS AMIZADES – “A amizade envolve afinidade seja na conversar, nos interesses, no convívio e isso é desde criança, ou seja, isso é fomentado ainda na criança. As dificuldades também fazer amigos e para manter as amizades também acontecem neste período, vale muito a observação dos pais e responsáveis para auxiliar nesse assunto”, declara a psicóloga.

Jane cita que um dos principais pontos que os pais devem prestar atenção é a falta de interesse da criança ou do adolescente em estar em locais com público. Ela cita como exemplo se a criança fala que não quer ir para a escola porque se sente sozinha, que os colegas não são legais, que ela não tem companhia, entre outras queixas neste sentido, é importante observar, pois o que pode desencadear esse comportamento é a falta de amizade.

“Fazer contato com a escola, saber mais como funciona o ambiente, como é a rotina do filho pode ajudar no que se refere a orientação, a busca por ajuda com o intuito de promover a interação social dessa criança, desse adolescente”, aponta.

AUXÍLIO DOS ADULTOS – Incentivar a criança ter amizades, conversar e entender do ponto de vista em relação ao que a está incomodando nos relacionamentos com as outras crianças é uma dica para auxiliar os pequenos no processo de novas amizades. “O alerta maior é quando a falta de amizade dentro da escola reflete também em outros ambientes, por exemplo, o familiar –  quando acontece um encontro e as crianças estão reunidas, mas a ‘solidão’ continua. Existem distúrbios, doenças que fazem com que a criança se isole, por isso, é fundamental o observar o comportamento, avaliar se ele é repetido em mais um ambiente e buscar auxílio para que a crianças entenda suas emoções e a necessidade em ter amizades”, declara.

Da Redação

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