Após quatro meses de reduções, cesta básica volta a subir em Toledo

O índice acumulado dos últimos 12 meses e o índice acumulado deste ano mostram que, entre março e abril de 2023, houve aumento de 5,05% no custo da cesta básica de alimentos de Toledo. Com este resultado, se observa o primeiro aumento no custo da cesta básica deste ano, após quatro meses seguidos de reduções.

Nos últimos 12 meses, foram quatro meses de aumentos no custo e oito meses de redução. A variação do custo da cesta básica de janeiro a abril de 2023 é de 1,27%.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Regional Profª. Drª. Crislaine Colla, outra informação apresentada refere-se ao índice acumulado de variação da cesta básica nos últimos 12 meses, ou seja, desde maio de 2022 a abril de 2023. “No período se observa um aumento acumulado da cesta, ou seja, o valor da cesta básica em abril de 2023 (R$ 617,12) estava 1,67% maior que o custo da cesta básica de maio de 2022 (R$ 609,37)”.

Como reflexo do aumento do índice de variação percentual do custo da cesta básica individual, esta passou de R$ 587,44 em março de 2023 para R$ 617,12 em abril de 2023.

As variações ocorridas nos últimos meses retratam uma desaceleração no custo da cesta básica em Toledo, ainda que no último mês (abril de 2023) tenha ocorrido um aumento no índice. “Importante destacar que também se verifica uma redução do impacto e dos aumentos no grupo de alimentação e bebidas para a variação da inflação (IPCA)”, afirma a coordenadora.

Crislaine explica que as reduções e as mudanças são importantes, pois o crescimento da inflação no grupo de alimentos tende a ter efeitos negativos mais significativos para a população de renda mais baixa. “Essa constitui a maior parcela da população, pois utiliza parte substancial de sua renda para a compra de alimentos e são mais sensíveis às variações”.

SALÁRIO – No mês de abril, assim como ocorreu com o custo da cesta básica em Toledo, o percentual do salário-mínimo líquido também elevou e ele é responsável por adquirir a cesta básica para uma pessoa adulta. A pesquisa demonstra que seria necessário 48,78% do salário-mínimo em março e 51,24% do salário-mínimo para a mesma cesta básica em abril deste ano.

Crislaine salienta que um trabalhador precisa de mais da metade do salário mínimo para comprar a cesta básica individual e suprir as despesas domiciliares mensais com habitação, vestuário, transporte, entre outros. “Em Toledo, o trabalhador precisaria receber R$ 4.935,11 em março de 2023 e R$ 5.184,45 em abril de 2023”, afirma.

Ao comparar o salário-mínimo necessário de Toledo e a média nacional para o mês de abril, nota-se que o valor nacional precisaria ser de R$ 6.676,11, ou seja, 28,77% maior que o de Toledo. A professora menciona que a pesquisa ainda leva em consideração que o salário mínimo necessário no município durante o mês de março de 2023 corresponderia a 3,98 vezes o piso nacional vigente, que é de R$ 1.302,00.

AVALIAÇÃO – A coordenadora do Núcleo ainda ressalta que a pesquisa da cesta básica de alimentos de Toledo já ocorre há 25 meses e se consolida como uma importante ferramenta para que a sociedade possa acompanhar de modo mais objetivo o comportamento dos preços analisados pela pesquisa. “Além de contribuir para a identificação das variações no poder de compra do consumidor. Dessa forma, se postula que Toledo, de modo geral, segue as tendências nacionais de aumentos, reduções e variações oscilantes no custo da cesta básica”, enfatiza.

A pesquisa da cesta básica é realizada pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional, composto pelo curso de Ciências Econômicas e pelos programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA) e de Pós-Graduação em Economia (PGE), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo. A pesquisa também faz parte de um convênio entre a Unioeste e a Prefeitura de Toledo.

Preços do tomate, batata e carne representam o maior impacto para o aumento da cesta

O tomate teve o aumento de mais de 48% – Foto: Graciela Souza

O custo da cesta básica subiu no mês passado, conforme a pesquisa realizada pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional e pelo convênio firmado entre a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo e a Prefeitura Municipal. Os estudos mostram que dos 13 itens da cesta básica, oito produtos apresentaram aumento no preço médio, em destaque o tomate, que ampliou 48,45%.

Para completar a lista de produtos, também estão a batata (20,75%); o leite (5,74%); o feijão (3,78%); o pão francês (2,41%); o açúcar (1,60%); a carne (1,41%) e a farinha de trigo (0,92%).

Segundo a coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Regional Profª. Drª. Crislaine Colla, o tomate foi o produto que apresentou o maior aumento no período analisado, de 48,45%. “Em razão da menor oferta do produto, causada pelo fim da Safra de Verão. A batata também apresentou aumento no seu preço (20,75%), em razão da maior demanda e aumento do preço na semana Santa e das chuvas (Dieese, 2023)”.

Crislaine salienta que a banana foi o produto que apresentou a maior queda de preço entre março e abril de 2023 (-13,01%), em razão da maior oferta do produto. “Diante da variação total da cesta básica individual para o mês de abril de 2023, que foi de 5,05%, o aumento no preço do tomate, da batata e da carne representam o maior impacto para o aumento do índice. A aumento não foi maior por causa da redução do preço da banana”.

Dos itens pesquisados, cinco produtos apresentaram redução no preço médio no período: a banana (-13,01%); o óleo de soja (-7,70%); o arroz (-1,54%); o café (-1,35%); e a margarina (-0,29%).

12 MESES – De acordo com a professora, os produtos que apresentaram maior aumento de preços nos últimos 12 meses foram: o tomate, que acumulou aumento de 12,89%; a farinha de trigo, que aumentou 12,35%; o pão francês, com incremento de 9,53%; o arroz com aumento de 8,17%; o leite, com aumento acumulado de 7,83%; a banana com aumento de 5,37% e o feijão que aumentou 4,56%.

Ela salienta que seis produtos apresentaram variação acumulada negativa, que seriam o óleo de soja, com uma redução de -33,23%; a batata, que reduziu -17,82%; o café, que diminuiu -10,26%; o açúcar que reduziu – 4,22%; a margarina com redução de -1,22 e a carne com -1,07% de redução nos últimos 12 meses.

VOLATILIDADE – Crislaine cita que quando se observa a variação acumulada no ano corrente, ou seja, de janeiro a abril de 2023, também é possível identificar volatilidade nos preços, pois nesse período o tomate já apresentou aumento de 28,30%.

Na mesma direção, percebe-se que a banana é produto com o segundo maior aumento acumulado de 2023, sendo esse de 13,97%. Em seguida, aparece o leite, com aumento de 11,33%, o açúcar com 2,51% de aumento, o pão francês com aumento de 2,39 e o feijão com incremento de 1,14%.

“Observa-se que sete produtos apresentaram redução no preço acumulado dos últimos quatro meses. A batata apresenta uma variação acumulada negativa de -23,19%, o preço do óleo de soja diminuiu em -16,57%, o arroz reduziu -8,50%, a margarina -5,70%, o café 4,98%, a carne -2,14% e a farinha de trigo -1,13.

Da Redação

TOLEDO

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