Associação VIDA de Toledo avança em relação ao Centro de Atendimento

Desde 2010, a Associação de Familiares e Amigos dos Autistas – VIDA de Toledo – trava a luta por inclusão, atendimento especializado e mais qualidade. Para este ano, a entidade tem gerado expectativa para conseguir colocar em prática um sonho antigo: o Centro de Atendimento e já tem avanços nessa batalha.

“Acreditamos que 2023 será especial. Estamos com boas expectativas”, cita a presidente da Associação, Tânia Salete Bilato. “A município já sinalizou quanto ao espaço localizado no Loteamento Schneider – uma área de aproximadamente 11 mil metros quadrados – para que esse projeto possam ser colocado em prática”.

Entre as novidades, Tânia relata que a Associação irá contar com o apoio de dois engenheiros que irão realizar os trabalhos de elaboração dos projetos do Centro de Atendimento. “Com esses projetos em mãos serão possível apresentar ao prefeito e darmos sequência”, destaca ao pontuar que a iniciativa foi da VIDA.

O objetivo do Centro, segundo Tânia, é centralizar os atendimentos voltados ao público com TEA. A rede de apoio da pessoa autista conta com diversas tipos de atendimentos profissionais na área da saúde, terapias, além da orientação jurídica e um local para promover ações em grupo voltadas as famílias da pessoa com TEA.

Para que o sonho seja concretizado, Tânia reforça que é preciso contar com o apoio dos órgãos públicos tanto na parte estrutural, quanto na oferta dos atendimentos especializados, ou seja, manter o espaço em funcionamento. Segundo a presidente, será uma estrutura que irá contribuir para a melhoria da qualidade de vida de quem tem TEA.

PRECONCEITO x EMPATIA– Na luta diária para proporcionar que o autista tenha mais qualidade de vida, o preconceito ainda fere, ainda prejudica, ainda impede o progresso. A carteirinha foi uma grande conquista, o direito ao atendimento presencial também, mas nem sempre é visto como algo bom. Contudo, ainda existem pessoas que questionam o fato de um autista ter preferência no atendimento, pois não entendem, não sabem como é o TEA.

TRABALHO VOLUNTÁRIO – “Estamos contando com voluntários que têm ‘vestido a camisa’ e lutado pela causa. Temos acompanhado cada vez mais crianças recebendo o diagnóstico e isso demanda mais atendimento”, relata a presidente da Associação.

Atualmente, a entidade atua em sede própria localiza no Jardim Gisela. Com a criação da associação, famílias passaram a ter um espaço para a troca de informações, experiências, rede de apoio e atendimentos gratuitos.

Durante anos, os encontros aconteciam no Parque Frei Alceu. No início de 2014, a Associação ganhou uma nova sede, localizada no Jardim Gisela. Em setembro de 2019, ficou outorgado a permissão de uso de imóvel pertencente ao município – antiga Casa do Brinquedo – para uso da VIDA. Em 2021, a Associação retornou para as instalações atuais.

“Geralmente, estamos na entidade nas terças – quando não é possível estamos nas segundas – para atender e orientar quem nos procura. Temos três grupos para repassarmos todo o andamento da Associação, atividades, dias de fazer carteirinhas. Já quem deseja ser voluntário toda a ajuda é muito bem-vinda. A Associação vem para somar, divulgar e falar sobre o autismo, empatia e amor por essas crianças tão abençoadas que temos conosco”, declara Tânia.

Desafios do TEA: diagnóstico precoce pode interferir na qualidade de vida e

Quando acontece um diagnóstico de Transtorno no Espectro Autista (TEA) uma rede de apoio precisa ser acionada. O TEA envolve desafios como o diagnóstico, os acompanhamentos necessários, a aceitação familiar, a qualidade de vida, inclusão social e a constante luta para combater o preconceito.

O psicólogo, Silvio Vailão, comenta que uma pessoa com TEA tem diferentes desafios e casa caso tem suas particularidades. Contudo, isso não significa que elas não serão felizes, não terão vida social, não serão amadas. Ele cita que com o tratamento, as terapias, esse envolvimento do paciente, família e rede de apoio pode propiciar mais oportunidades de desenvolvimento com o foco em permitir uma vida plena, qualidade de vida.

“O paciente passa a ter mais chances de termos de qualidade de vida quando o diagnóstico acontece logo cedo. Diante disso, é importante estar atento aos sinais e procurar por profissionais integram as ações dos responsáveis pelo paciente. Quanto antes vier o diagnóstico, mais cedo será possível fazer por esse paciente seja atendido, seja assistido e receba o suporte necessário”, declara.

DESAFIOS DO DIAGNÓSTICO – Entre os desafios do diagnóstico, o profissional esclarece que o TEA não carrega mudança fisiológica, ou não como determinadas síndromes que ficam visíveis. Ele explica que o autismo acontece mediante um diagnóstico clínico que nem sempre é algo simples. “Os profissionais de saúde em geral, como psicólogos, terapeutas ocupacionais, entre outros, podem perceber comportamentos e encaminhar para avaliação médica. Profissionais da área da educação também auxiliam ao terem o olhar diferenciado em relação a esses pacientes. É uma rede, por isso, a importância do trabalho conjunto”, afirma.

TIPOS DE TEA – Segundo o psicólogo, dentro do Transtorno no Espectro Autista (TEA) são encontrados quatro tipos: Síndrome de Asperger, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Transtorno Autista e Transtorno Desintegrativo da Infância. É normal dentro da área da saúde utilizar a sigla TEA, independente do tipo, e definido como nível 1, 2 ou 3, sendo o primeiro o mais leve e este nível pode apresentar variações.

Da Redação

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