Atropelamentos de animais silvestres: condutores precisam estar atentos

E quando o homem chega cada vez mais próximo a natureza? O homem sabe delimitar espaços, fronteiras, limites, mas a fauna não sabe isso. As cidades crescem e avançam. As rodovias ‘cortam’ trechos as margens das lavouras e as áreas de preservação. Os animais não entendem os perigos que as estradas carregam e, por vezes, são vítimas do trânsito, especialmente em locais com fluxo intenso. Situações de atropelamento na região Oeste, infelizmente, não são raras.

Na semana passada, ciclistas que seguiam na estrada de acesso a Sobradinho encontraram as margens da via um gato-do-mato-do-sul ou gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus) já sem vida. “Infelizmente, é uma espécie comum em atropelamentos”, alerta a residente técnica ERTOL/IAT de Toledo, bióloga Karoline Aparecida Baggio. “Por isso, recomenda-se redobrar os cuidados e reduzir a velocidade ao circular em pistas/rodovias próximo a remanescentes florestais, especialmente ao anoitecer que é quando se iniciam as atividades da maior parte das espécies de mamíferos”.

Karoline explica que o gato-do-mato-do-sul é um felino encontrado nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, além do Paraguai e nordeste da Argentina. O animal se alimenta principalmente de pequenos roedores, aves e lagartos; está associado a ambientes florestais ou aos ambientes agrícolas limítrofes com vegetação nativa. “Hoje, a espécie é considerada como vulnerável a extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) e pelo ICMBio/MMA”.

A profissional pontua que o IAT de Toledo não tem dados tabelados em relação ao índice de atropelamento de animais silvestres. Contudo, a média de junho até a última terça-feira (26) é que tenham ocorrido o recolhimento de dois/três animais por semana. “Durante a primavera e o verão essa média aumenta para praticamente um acionamento por dia por conta do período de reprodução, é o que me informaram”.

RECOLHIMENTO DOS ANIMAIS – Segundo Karoline, o IAT faz o recolhimento de animais vivos apenas. Geralmente, o órgão atende dois tipos de situações: a primeira é de animais silvestres em bom estado de saúde, que acabam invadindo residências em busca de refúgio e alimento; nesses casos, realizada a captura, avaliação do animal e se confirmado que se encontra saudável é imediatamente devolvido a natureza. O local da soltura é selecionado com base nos hábitos da espécie e prioritariamente em áreas afastadas da região urbana.

A segunda situação é de animais silvestres feridos, por exemplo, por conta de atropelamentos, colisão com janelas, emaranhados em fios, etc. Estes animais são recolhidos e encaminhados a um hospital veterinário, onde serão avaliados e tratados. Caso se recuperem e estejam aptos a retornar para natureza, serão soltos em um local com base nos hábitos da espécie e preferencialmente em áreas afastadas do perímetro urbano.

“Caso não possam mais retornar devido a sequelas graves, que impeçam ou dificultem muito sua sobrevivência na natureza (por exemplo, a amputação de membro), esses animais podem ser encaminhados para mantenedores, zoológicos, etc. Em ambos os casos, pode-se ligar diretamente aqui na regional solicitando a captura – no (45) 3252-2270. Ainda, é possível acionar o Corpo de Bombeiros”, esclarece.

RESGATE DE ANIMAL SILVESTRE – De acordo com a profissional, o IAT faz o resgate de animal silvestre. “Em caso de atropelamento em que o animal silvestre fique ferido, a orientação é acionar o IAT ou o Corpo de Bombeiros. Como os bombeiros têm outras prioridades, o ideal é entrar em contato direto com o IAT. Já se for um animal doméstico, o IAT não pode ajudar; nesses casos fica a cargo de alguém se compadecer e levar ao veterinário”.

Em relação a coleta de animais mortos em rodovias, o órgão responsável é o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Já nos casos de trechos administrados por concessionárias, elas é que têm a responsabilidade de fazer o recolhimento.

DENÚNCIAS – Diante de condições de maus-tratos, Karoline destaca que a denúncia pode ser feita diretamente com a Polícia Ambiental – órgão competente que fará o resgate do animal e adotar as medidas necessárias. Denúncias sobre caça e outros crimes ambientais do gênero também podem ser feitos com a Policia Ambiental através do número (45) 3055-8355.

Da Redação

TOLEDO

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