Aulas plugadas; aulas desplugadas: alunos da rede Municipal “invadem” a Universidade

Os estudantes do 5º ano “A” da Escola Municipal Amélio Dal Bosco foram os mestres em sala de aula neste mês. Os alunos visitaram, no dia 1º de dezembro, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Toledo. Eles demonstraram o conteúdo ministrado nas aulas de computação com a professora Elissiane Aparecida Zen do Amaral.

Elissiane relata que a proposta ocorreu a partir do convite da professora da Universidade, Aline Keryn Pin, responsável pela disciplina de Educação Matemática Inclusiva.

“Os acadêmicos do curso de Licenciatura em Matemática ouviram um breve relato dos trabalhos realizados pela professora do município com turmas da Educação Infantil, nível 5 ao 5º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Na sequência, os alunos do 5º ano explicaram e foram os mestres no trabalho plugado por meio dos tablets do “Programa Aluno Conectado” da Secretaria Municipal da Educação de Toledo (Smed)”, afirma a professora Elissiane.

ESTÍMULO – De acordo com a docente, o conhecimento foi repassado por meio do aplicativo “Ligthbot”, o qual tem como objetivo estimular o ensino de linguagem de programação e ele foi sucesso entre os acadêmicos. “O diferencial está justamente em permitir que as crianças operem com os recursos internos (conhecimento) que já possuem, acessando-os de maneira ‘desplugada’, ou seja, sem internet ou meio tecnológico, pois isso desenvolve o raciocínio lógico. Somente depois o trabalho ‘plugado’ ocorre por meio dos tablets e/ou computadores do laboratório de Computação”, enfatiza.

Os alunos demonstraram seus conhecimentos aos acadêmicos – Foto: Divulgação

O aplicativo “Ligthbot” é um videogame educacional para aprender conceitos de programação de software, desenvolvido por Danny Yaroslavski. Elissiane comenta que as atividades são realizadas durante as aulas de Computação. As atividades ocorrem uma vez por semana, na escola em período regular de estudo.

A professora enfatiza que os estudantes compreendem que o conhecimento é apreendido e melhor desenvolvido a partir do momento em que está inserido ema uma experiência real. “Atualmente, os alunos não valoram tanto as máquinas, e sim, as oportunidades proporcionadas pelas aulas, seja na computação desplugada ou plugada”.

DIÁLOGO – Elissiane menciona que a visita na Universidade foi uma oportunidade para mostrar o trabalho realizado na escola. “Eu tive uma primeira conversa mais teórica com os acadêmicos de Licenciatura em Matemática da UTFPR.

A professora recorda que o próximo encontro seria prático e somente com ela, no entanto, ela teve a ideia de convidar as crianças. “Os estudantes demonstraram o que estão aprendendo na escola e a atividade foi positiva. No dia 1º de dezembro, eu fiquei como mediadora e os estudantes foram os mestres. Eles passaram todo o conhecimento adquirido aos acadêmicos. Naquele momento, a minha presença foi para passar segurança para eles. Todos os alunos se saíram muito bem”.

Elissiane avalia que o encontro promovido na Universidade é uma oportunidade para os estudantes demonstrarem o quanto aprenderam durante o ano. “É somente por meio da palavra que é possível organizar o nosso pensamento e de fato aprendemos. É preciso colocar os alunos como protagonistas na plena acepção do termo “protagonizar” que não significa fazer sozinho, mas fazer com a mediação necessária. As crianças – desde a mais tenra idade – têm muito a falar; cabe ao professor oportunizar que essas falas sejam entendidas como produção do conhecimento”, enfatiza a responsável pela disciplina.

EXPERIÊNCIA – A estudante Gabrielly Estelai de Morais se sentiu honrada em repassar o seu conhecimento aos acadêmicos. “Adorei a experiência em visitar a Universidade e aprendi muito. Foi uma excelente oportunidade em conhecer a UTFPR e ver o meu futuro mais de perto. Essa experiência ou esse desafio nos prepara para o futuro. Passei todo o conhecimento com muito carinho”.

Isabel Gonçalves Estelai de Morais é mãe de Gabrielly e está orgulhosa de sua filha. “Tudo isso é possível devido ao empenho e determinação da minha filha e também dos professores envolvidos no projeto. É o sonho de todo o pai e de toda a mãe em ver o seu filho formado em uma Universidade como essa”.

PROXIMIDADE – A docente da disciplina de Educação Matemática Inclusiva da UTFPR Aline Keryn Pin revela que o curso busca estar mais próximo das escolas. “Os licenciandos desenvolvem projetos. Em alguns momentos, nós vamos até as escolas e em outros os alunos visitam a Universidade. É uma prática que faz parte do cotidiano do curso e a disciplina tem como finalidade proporcionar ao acadêmico o conhecimento de práticas consideradas inclusivas em sala de aula”.

Aline enfatiza que não trata-se daquela inclusão em que o estudante está em sala de aula, porém ele não participa da dinâmica. “E sim, todos participam da dinâmica e convivem com a inclusão. Na Universidade, os estudantes aplicaram as atividades aos acadêmicos. Eles trabalharam questões próprias do ensino e do desenvolvimento de tecnologias assistidas a favor do ensino da matemática. Esses encontros promovidos na Universidade são importantes, pois eles proporcionam aprendizagem ao acadêmico e ao visitante”, finaliza a docente da UTFPR.

Da Redação

TOLEDO

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