Baixa umidade do ar impacta na saúde e na agricultura

Pele, olhos, nariz e garganta secos, indisposição, incêndios e surgimentos de doenças na lavoura são algumas manifestações típicas quando os índices referentes à umidade relativa do ar estão baixos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a umidade do ar ideal compreende a faixa entre 50 e 80%. Em Toledo, a umidade do ar está desde o último final de semana em torno de 30%, segundo os dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar). Essa condição deve permanecer ainda nesta quarta-feira (9).

O meteorologista, Reinaldo Kneib, explica que a umidade do ar – geralmente – é provocada por massas de ar quentes e secas. Esse elemento exerce influência no clima e no tempo e, também, pode causar danos à saúde, à agricultura e demais áreas.

O Sistema pontua que a umidade relativa do ar é um elemento climático que representa a quantidade de água existente no ar na forma gasosa. Esse elemento exerce influência não apenas no clima e no tempo, mas também na saúde.

Kneib menciona que a umidade do ar fica mais baixa, principalmente, no período vespertino. “O dia amanhece com boa umidade e a noite o índice chega a ser superior a 70%”.

O meteorologista comenta que a população deve ter atenção ao índice e aumentar a hidratação para manter uma boa saúde. Entretanto, a condição climática deve mudar a partir desta quinta-feira (10). “Chuvas rápidas serão registradas nos municípios da região Oeste do Paraná, inclusive em Toledo. Também existe a previsão de tempestade”.

A atmosfera está com ar seco. Porém, uma umidade de ar passa a ser registrada na região Sul do País. As temperaturas voltam a subir nesta quinta-feira (10) e sexta-feira (11). O calor e a umidade formam as áreas de instabilidades e, por consequência, as chuvas. “De maneira geral, o mês de novembro será com períodos mais secos e com uma primavera mais característica: chove e após a temperatura volta a subir”.

SAÚDE – Diante deste cenário, a população deve estar atenta o clima. Diversos cuidados podem ser mantidos para evitar danos à saúde. Entre diversas as orientações já conhecidas pela sociedade, o aumento do consumo de água se destaca.

A nutricionista Jocelaine Dall’Agnol reforça que o cidadão deve consumir água e não a trocar por sucos ou outros líquidos. A profissional explica que dependendo da escolha do líquido, ele pode conter açúcar concentrado, mesmo um suco natural.

A condição climática pode interferir no surgimento de doenças – Foto: Graciela Souza

Outro exemplo citado por Jocelaine é o consumo de tereré. “Ele também não é recomendado, porque pode aumentar a diurese (a pessoa vai perder mais líquido pela urina). Já a água pura é absorvida rapidamente pelo organismo e tem o maior poder de hidratação”.

Nestes dias, a nutricionista sugere que cada pessoa deve ingerir cerca de 35ml por kg de peso, ou seja, multiplica o peso por 35. O resultado será a quantidade de ml de água a ser ingerida por dia.

Também é recomendável observar a cor da urina; a qual deve ser bem clarinha, principalmente, pela tarde. “De manhã costuma ser mais escura. No entanto, ao longo do dia ela deve ficar clara, quase transparente. Essa é uma das melhores formas de observar a hidratação”, afirma Jocelaine.

A nutricionista ainda comenta que o cidadão deve procurar consumir alimentos ricos em água, como as frutas (melancia, laranja ou melão, entre outras). “O ideal é manter uma alimentação mais leve e fresca, pois os alimentos mais gordurosos ou pratos mais quentes causam maior perda de água pelo suor”.

Jocelaine explica que quando o corpo esquenta para amenizar a temperatura, o suor é ferramenta de resfriamento do organismo. “Por isso, alimentos mais frescos, crus ou pratos mais leves são os ideais para os dias mais quentes. Os pratos mais leves facilitam a digestão”.

Mesmo com a atenção a umidade do ar, a superintendente da Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná (Hoesp), mantenedora Hospital Bom Jesus, Zulnei Bordin, afirma que por enquanto, a baixa umidade do ar não refletiu na demanda de atendimento da instituição. “O número de atendimento permanece igual”, afirma.

AGRICULTURA – Além da saúde, essa condição climática pode interferir na agricultura. O engenheiro agrônomo do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Anderson Luís Heling, explica que algumas doenças, geralmente, podem ser registradas neste período. Ele cita que três fatores são responsáveis para desencadear uma doença, o chamado Triângulo da Doença. Os fatores são:

– Hospedeiro suscetível (uma planta que não seja resistente);

– Patógeno (com potencial para causar a doença);

– Ambiente favorável

Heling salienta que as principais culturas plantadas na lavoura neste momento são soja e milho e algumas doenças podem ser desencadeadas se esses três fatores estiverem presentes. Ele cita o exemplo da ferrugem asiática na soja.

O engenheiro agrônomo menciona que para desencadear a ferrugem asiática é necessária uma combinação de umidade relativa do ar, temperatura e molhamento foliar. “Em um clima com baixa umidade do ar – geralmente – pode não ocorrer a formação do orvalho. Com isso, é mais difícil formar a doença neste caso. Já em condições mais úmidas, o orvalho se forma e o tempo de molhamento foliar acontece por um período maior, o que favorece o aparecimento da doença”.

Neste momento, a principal orientação é monitorar os três fatores citados acima. “O IDR-PR possui a rede de monitoramento ‘Sistema Alerta de Ferrugem’ e o produtor pode acompanhar a condição diariamente. Tendo a presença do patógeno e a condição climática favorável, o produtor pode entrar com alguma forma de manejo”, destaca o engenheiro agrônomo. O link do alerta ferrugem é: https://www.google.com/maps/d/viewer?mid=1Am0wW4Dd-GL26ivNkkagPrj2U3Y6sXH0&ll=-25.96635553440782%2C-52.339696615682016&z=6.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a umidade do ar ideal precisa estar em torno de 60%. Confira a escala psicrométrica, que classifica os estados de criticidade envolvendo a umidade do ar:

Umidade relativa do ar       Patamar

Maior que 60%        Ideal

Entre 40% e 30%    Observação

Entre 29% e 20%    Atenção

Entre 19% e 12%    Caso de alerta

Abaixo de 12%        Nível de Emergência

Da Redação

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