Banco de Leite Humano do HU-UEPG ganha novo espaço e projeta expansão da cobertura

O Banco de Leite Humano dos Hospitais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) passou a atender em um novo endereço nesta semana: no Ambulatório Universitário Amadeu Puppi. A transferência deve ampliar a capacidade do banco e facilitar o acesso da comunidade aos serviços. Com a mudança, a gestão dos HUs projeta a possibilidade de fazer a coleta de leite nos demais municípios da 3ª Regional de Saúde.

O Banco de Leite Humano (BLH) presta dois tipos de atendimento: a coleta e processamento de leite humano, que é destinado à alimentação de bebês internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs); e a promoção do aleitamento materno, com atendimento às mulheres que precisam de orientações, estejam com dificuldades na amamentação ou que necessitem de tratamento com laser para fissuras. Todos os meses, o serviço atende cerca de 150 mulheres com orientações de amamentação e realiza cerca de 150 visitas domiciliares.

Para doar, é preciso estar saudável, não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação e possuir refrigerador com congelador ou freezer. Depois que o leite é recebido, o material passa por um rigoroso processo para garantir a qualidade e segurança: classificação, processamento, pasteurização e qualidade.

Ele é utilizado nas UTIs de Ponta Grossa (Humai, Santa Casa e Hospital Geral Unimed) com recém-nascidos prematuros, com baixo peso, doentes, portadores de imunodeficiência, que não sugam ou que tenham outras condições de risco que gerem a necessidade de hospitalização.

O Brasil é referência na coleta de leite humano por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) por utilizar estratégias que aliam baixo custo e alta qualidade e tecnologia. Todos os anos, a Rede de Bancos de Leite Humano (RBLH), que é a maior e mais complexa do mundo, com 222 bancos e 217 postos de coleta em todos os estados, distribui cerca de 160 mil litros de leite a recém-nascidos. Um frasco de 300 ml de leite materno pode alimentar cerca de 10 recém-nascidos.

“Agora temos um novo espaço para atender melhor às mães e às instituições hospitalares que precisam de leite humano”, comemora o diretor do Ambulatório, Roni Rodrigues. O banco se une aos demais serviços oferecidos no ambulatório no período diurno, como as consultas médicas e multiprofissionais. Com a mudança, o Hospital Universitário Materno-Infantil (Humai) vai receber um laboratório.

“Toda mãe que amamenta tem direito ao atendimento especializado do BLH, independente do local de nascimento do bebê”, afirma Cláudia Cancian, coordenadora do banco. “Para os prematuros, é vital e imprescindível. Caso haja dúvidas, dificuldades e/ou que possua sobra de leite, a mulher que amamenta pode e deve procurar o Banco de Leite, tanto para sanar suas dúvidas, como ajudar a quem precisa”.

A recomendação do Ministério da Saúde é de que o bebê seja alimentado exclusivamente com leite materno até os seis meses de vida e de forma complementar até pelo menos dois anos. Rico em nutrientes e agentes imunobiológicos, o leite humano protege contra doenças como diarreias, infecções respiratórias e alergias, reduz em 13% a mortalidade em crianças menores de cinco anos e reduz o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta.

AEN

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