Paraná recebe missão do Banco Mundial para investimento de R$ 1,6 bi em segurança hídrica

Estimated reading time: 5 minutos

O Governo do Paraná recebe nesta semana, até sexta-feira (21), missão do Banco Mundial para construir o Programa de Segurança Hídrica do Paraná (PSH), uma ação multissetorial de investimento de US$ 263 milhões, cerca de R$ 1,6 bilhão. Destes, US$ 186 milhões serão financiados pelo Banco Mundial e o restante, US$ 77 milhões, serão contrapartida do Estado do Paraná.

Estão marcadas dezenas de sessões, apresentações e reuniões com o objetivo de apresentar aos participantes da missão a estrutura organizacional estadual e desenhar o encaminhamento do plano.

O Programa tem como objetivo promover a segurança hídrica para usos múltiplos no Paraná no contexto das mudanças climáticas. Tem como resultados esperados a ampliação do uso adequado e regularizado dos recursos hídricos, da disponibilidade sustentável de água para usos múltiplos e da área cultivada com boas práticas sustentáveis de manejo do solo, água e ambiental.

Além disso, o PSH busca a melhoria da qualidade dos recursos hídricos e da biodiversidade associada, da resiliência da produção agropecuária ao déficit hídrico, do acesso ao saneamento básico no meio rural e da coleta e destinação de efluentes da produção rural.

A iniciativa objetiva, ainda, a redução de conflitos de uso dos recursos hídricos, do risco de indisponibilidade hídrica no abastecimento urbano e da erosão em áreas urbanas, periurbanas e rurais suscetíveis.

O PSH é como um grande plano diretor de segurança hídrica, com análise e pensando em transposição de bacia, preservação de água comunitária, um cuidado do manejo especial, a questão das fontes de água. Sendo, assim, um grande programa com investimentos do Governo do Estado. “Nossa grande matriz econômica está vinculada ao agronegócio, que consome a água, que precisa de água, todo o aspecto da questão das mudanças climáticas a gente precisa ficar atento, e é importante o Paraná ter um uso adequado, regularizado, todos os recursos hídricos, justamente para que a gente possa garantir água no futuro”, complementou o secretário de Planejamento do Estado, Guto Silva.

A Missão de Identificação é a primeira do fluxo de elaboração de um Programa. Antes disso, ele foi autorizado pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), órgão colegiado e integrante da estrutura do Ministério do Planejamento e Orçamento, em dezembro de 2024, sendo este o início da preparação e operação dos documentos junto à instituição de fomento.

Durante esta semana, o Banco Mundial terá acesso à estrutura das instituições envolvidas Secretarias do Planejamento, Agricultura e Abastecimento, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, o Instituto de Agua e Terra e a Sanepar.

IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA – Para o membro do comitê gestor do Programa e secretário da Fazenda do Estado do Paraná, Norberto Ortigara, o PSH tem uma importância estratégica para a economia e para a sociedade paranaense.

“Além de sua expertise, o Estado foi buscar experiências mundo afora, na Europa, Israel, Estados Unidos, para ver como se faz uma boa gestão, produção, guarda e reaproveitamento de água. Encontramos guarida no Banco Mundial, que também tem essa visão estratégica e, por isso, apostou e comprou a nossa ideia de termos uma política de longo prazo com ações de curto prazo, tendentes a termos mais eficiência, racionalidade no enfrentamento de uma possível crescente escassez hídrica no nosso território paranaense”, comentou Ortigara.

Ao final desta semana, tem-se um documento chamado Nota Conceitual e, a partir dele, o Banco Mundial e as instituições do Governo detalham o Projeto para delinear os trâmites burocráticos para a assinatura do contrato. A partir desse momento é que se terá o planejamento detalhado das ações a serem executadas.

Para o Banco Mundial, esta parceria com o Estado do Paraná é muito boa para as duas partes. Um projeto para melhorar a segurança hídrica é muito importante no contexto das mudanças climáticas. “É muito importante preparar-se. Então, para fazer isso, é fundamental a coordenação entre todas as instituições que tenham um olhar importante para a água, como IAT, Sanepar, Secretária de Agricultura, de Planejamento. Então é uma boa prática a nível mundial este desenho integral de um projeto para segurança hídrica. Com toda a inovação que vai trazer, esse projeto pode ser um modelo para outros estados no Brasil e também para outros países”, observou Marie-Laure Lajaunie, especialista em recursos hídricos e gerente do projeto no Banco Mundial.

“O programa de segurança hídrico PSH que o Estado do Paraná está desenvolvendo junto com o Banco Mundial será certamente um case de sucesso para outros estados do Brasil e até mesmo para outros países. É um programa que tem ancorado a questão dos recursos hídricos no Estado do Paraná, envolvendo utilização, conservação e todo o processo do manejo dos recursos hídricos. O Estado Paraná está novamente inovando em relação a uma política pública e, nesse caso, a segurança hídrica é um tema tão relevante com as condições ambientais do contexto atual“, complementou Marcos Marini, diretor de projetos da Secretaria de Planejamento.

...
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.