Banco Mundial de Sementes guarda uma das maiores riquezas da humanidade

Certamente poucos sabem que a distante ilha de Svalbard, entre a Noruega e o Polo Norte, abriga uma grande estrutura de concreto construída a 100 metros dentro de uma montanha coberta de gelo permanente, que tem por finalidade salvaguardar a biodiversidade das espécies vegetais e, assim, evitar sua extinção.

Também conhecido como a “Arca de Noé”, o Svalbard Global Seed Vault (Banco Mundial de Sementes) é um enorme depósito de sementes de todo o mundo, que constitui tanto um patrimônio cultural como um bem comum à humanidade. Mais de 1 milhão de espécies de sementes do mundo todo estão guardadas neste cofre, construído para resistir a desastres climáticos e até explosões nucleares.

Bancos Ativos de Germoplasma do mundo inteiro enviam espécies vegetais para o Banco Mundial de Sementes de Svalbard. Nos últimos anos, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mandou mais de 4 mil sementes de diversas variedades entre elas arroz, feijão, milho, cebola, pimentas e cucurbitáceas, que são melancia, pepino, abóboras, entre tantas outras.

Para falar sobre a importância dos bancos de bancos genéticos, o XXI Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes) convidou nada menos que duas cientistas brasileiras, com atuação internacional, para ministrar palestras no painel “Banco de germoplasma – papel na manutenção da biodiversidade”.

A Dra. Rosa Lía Barbieri foi a primeira mulher brasileira com assento no conselho consultivo do Banco Mundial de Sementes de Svalbard, para um mandato de três anos, que encerrou em agosto de 2022. Pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, Rosa Lía vai abordar no painel “A participação da Embrapa em Bancos de Germoplasma a nível mundial”.

A Dra. Vania Azevedo, líder do Programa de Biodiversidade para o Futuro e Líder do Banco de Germoplasma do CIP (Centro Internacional de la Papa – International Potato Center) do CGIAR (Consultative Group on International Agricultural Research), vai falar sobre “O papel do CGIAR na preservação das sementes a nível mundial”.

Os Bancos Ativos de Germoplasma conservam acessos (amostras) de espécies com importância para a alimentação e a agricultura, provenientes de coletas no país, doações e intercâmbio com outros países. A diversidade genética de muitas espécies é conservada na forma de sementes, tubérculos, plantas no campo ou in vitro.

BRASUL – O Banco Genético da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, conserva uma cópia de segurança dos Bancos Ativos de Germoplasma das espécies que têm sementes ortodoxas. Atualmente, no Banco Genético são conservadas as sementes de 115 mil acessos, de 1079 espécies. Uma segunda cópia de segurança de parte desse material é conservada a longo prazo no Banco Mundial de Sementes de Svalbard.

Além de destacar a importância dos bancos de germoplasmas, Rosa Lía ressalta a importância deles para os programas de melhoramento genético desenvolverem variedades mais produtivas ou com características especiais (como tolerância a certas pragas e doenças, tolerância à seca e maior teor nutricional), para o desenvolvimento de novos produtos (como medicamentos, novas fibras, bioinsumos, alimentos funcionais) e também para a formação de recursos humanos (quando os acessos são alvo de trabalhos realizados por estudantes de iniciação científica, mestrado e doutorado)”, explica Rosa Lía.

No Brasil existem 268 bancos ativos de germoplasma (BAGs) pertencentes a 37 instituições de pesquisa e/ou ensino, com mais de 370 mil acessos conservados. Destes, a Embrapa mantém 165 bancos de germoplasma, distribuídos em 21 Unidades da empresa nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste.

BRASÍLIA

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