Biogás e suinocultura: evento aborda as tecnologias na cadeia de energia renováveis

Apresentar as novidades tecnológicas e como elas podem ser aplicadas pelos produtores do Oeste foi um dos principais objetivos do evento ‘O biogás como energia renovável – a sustentabilidade na suinocultura’. O encontro ocorreu, na terça-feira (23), no Centro de Eventos Ismael Sperafico.

A região Oeste do Paraná concentra o maior plantel de suínos do Estado do Paraná. Somente no município de Toledo foram criados no ano de 2021 1.767.168  animais, ainda sem contar as matrizes e reprodutores (dados VBP2021_DERAL/SEAB-PR). Todos estes animais confinados e em sistema de criação intensiva geram uma grande quantidade de dejetos. Os produtores dão um destino para essa biomassa residual sendo o maior uso a aplicação como fertilizante líquido aplicado diretamente ao solo.

De acordo com o presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Toledo, engenheiro agrônomo Leodacir Zuffo, ainda no ano de 2006 a Associação desenvolveu em um Seminário Internacional sobre os biodigestores. Ele recorda que na ocasião as tecnologias não eram atrativas, contudo, avançou significativamente nos últimos anos.

“Voltamos a abordar este assunto. Muitas tecnologias foram agregadas e, com isso, é fundamental ampliar este debate para que sejam conhecidas essas alternativas tendo em vista a consolidação dessa agregação de valor a atividade”, enfatiza.

GERAÇÃO DE ENERGIA – Zuffo comenta que a suinocultura carrega com ela o passivo ambiental, porém, neste momento com as tecnologias em destaque é possível colocar em práticas ações que viabilizem a cadeia de geração de energia a partir da biodigestão dos dejetos;

“Essa energia apresenta um grande potencial econômico que poderá ser aproveitado. Várias experiências já foram desenvolvidas com a comprovação da grande viabilidade na produção do biogás a partir dessa biodigestão. No momento que se discute cada vez mais a produção e a utilização de energias renováveis para uma nova matriz energética, esse grande potencial deve se somar as outras fontes já largamente difundidas, como a solar que hoje já representa uma importante fonte aqui na região. Trabalhar um melhor aproveitamento de dejetos animais aqui na região além de melhorar a receita das propriedades tem um componente ambiental muito importante e fundamental para a sustentabilidades destas importantes atividades econômicas aqui desenvolvidas”, cita ao pontuar que ainda existem alguns gargalos, pois apenas um pequeno percentual desse esterco é transformado em gás na região.

EM DEBATE – No período da manhã aconteceram as palestras técnicas. “Um espaço para que especialistas apontassem os gargalos e apresentassem oportunidades a partir da transformação da biomassa residual, em particular da suinocultura, sendo essa uma grande oportunidade para a ampliação na geração de emprego e renda na agropecuária”, citou Zuffo ao mencionar que um tema abordado foi ‘As potencialidades e dificuldades para o sistema de biodigestão para produtores rurais’, outro foi a ‘Viabilidade financeira e técnica do biodigestor na propriedade rural’. Durante a tarde foi realizado um painel com diversas empresas voltadas ao setor.

O evento contou com a presença de técnicos e produtores que tem interesse nessa área, seja do ponto de vista da produção do biogás/energia, como também para a melhoria do solo a partir da aplicação do biofertilizante resultante da biodigestão. Além disso, também estiveram presentes universitários e estudantes dos Colégios Agrícolas de Palotina e de Toledo.

INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA – Em relação a aplicação dessas tecnologias no campo, Zuffo enfatiza que é preciso esclarecer todos os aspectos que envolvem a prática. “A mentalidade do produtor ainda está analisando a viabilidade disso tudo. Vale lembrar que estamos falando de um processo caro e que não envolve apenas a tecnologia, é algo mais sofisticado comparado com a fotovoltaica, o biogás é mais técnico, precisa de conhecimento para tocar ele ainda tem que montar parceria entre empresa e produtor”.

O vice-presidente do Sindicato Rural de Toledo, Edenilson Carlos Copini, destaca que é preciso abordar mais a questão e levar conhecimento aos produtores. “O Sindicato é a ‘casa’, é o local que abre espaço para que isso também aconteça. Trata-se de um tecnologia cara, é um desafio. Contudo, agrega valor na propriedade, por isso, precisamos discutir mais sobre”.

O chefe da Regional da IDR de Toledo, Ivan Decker Raupp, reforça a representatividade que a suinocultura tem para o município e a importância da aplicação de energias renováveis. “Já foi possível minimizar o impacto ambiental, contudo, é preciso evoluir e agregar”, conclui.

*Da Redação

TOLEDO

Com informações da Assessoria*

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