Projeto viabiliza biometano para abastecer frota em propriedades de Toledo
Um projeto acadêmico tem ganhado visibilidade diante de seu potencial para o mercado comercial. O foco é a implantação, em propriedades rurais, de uma unidade de compreensão, purificação e abastecimento com biometano – derivado do biogás proveniente da suinocultura. Com um microposto em funcionamento, os produtores teriam a praticidade e a economia em abastecer a frota – devidamente habilitada.
O idealizador do projeto é o engenheiro mecânico, Juliano de Souza. Os estudos ganharam ainda mais ênfase em 2023 após ele concluir o curso de doutorado na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Cascavel – curso de Engenharia de Energias – com o título ‘Avaliação de plantas de geração de energia elétrica com biogás modo geração distribuída no Oeste do Paraná’.
Souza contextualiza que faz quase 20 anos que possui empresa instalada em Toledo e tem como especialidade o trabalho focado em fabricar ou converter grupo gerador ou motor de combustão interna para trabalhar com biogás. “Estamos entrando na área veicular de transporte rural, urbano, veículo de carga, trator, ou seja, na área agrícola para trabalhar com biogás do modo dual que é diesel/biometano e o modo dedicado que seria 100% biometano, esse biometano é proveniente do biogás regional da suinocultura, bovinocultura, aterro sanitário”, pontua.
ABASTECIMENTO DA FROTA RURAL
Conforme Souza, o projeto (já em solicitação de patente) busca viabilidade em propriedades que já possuem sistema de produção de biogás. “Nessa propriedade pode ser instalado um microposto que purifica o biogás – transforma em bioemetano, mas com menos percentual de metano, em torno de 93% – comprime e injeta no veículo documentado, ou seja, no documento consta o combustível que pode ser abastecido”.
O objetivo é levar essa proposta até os produtores como um pacote de serviços fechados. O projeto acadêmico visa ultrapassar os portões institucionais e adentrar o interior contemplando a instalação do microposto, três veículos adequados para o abastecimento (incluindo um agrícola, por exemplo, um trator), além disso o acompanhamento quinzenal dos serviços prestados, incluindo vistorias.
ECONOMONIA E INOVAÇÃO
“O produtor já tem o biogás, já tem a geração e vai usar o excedente, aquele que não consegue injetar na concessionária. Ele vai ter um serviço que vai purificar, comprimir e armazenar, assim deixa de pagar combustível na frota dual/misto”, destaca.
Em relação ao retorno do investimento, Souza comenta que aplica o cálculo ao contrário: ele estipulou o limite de retorno de três anos – isso baseado em alguns critérios como o produtor já ter o biogestor, o grupo gerador, entre outros pontos.
“Em 2002, eu apresentei o projeto pela primeira vez. Na ocasião eu era colaborador de uma empresa. Contudo, naquela época não era o momento, existiam muitas dúvidas e incertezas. Durante todo este tempo que passou muitos paradigmas foram quebrados”, conclui ao reforçar que a tecnologia permite avanços, além disso, ela pode se adequar as necessidades.