Como os CAPS transformam o cuidado com a saúde mental
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Em Toledo, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) desempenham um papel essencial no tratamento de transtornos mentais graves, oferecendo atendimento especializado para pessoas com sofrimento psíquico, incluindo aquelas afetadas pelo uso de álcool e outras drogas. Criados como alternativa aos hospitais psiquiátricos, os CAPS visam promover a reintegração social e a autonomia dos indivíduos, desafiando estigmas e oferecendo uma visão humanizada sobre os distúrbios.
ALVO DE MEMES – Apesar de ser um serviço que promove a saúde mental, o CAPS é alvo de deboches e memes nas redes sociais. Porém, satirizar a respeito não deveria ser motivo de brincadeiras. O público que precisaria deste serviço, bem como familiares e pacientes, podem se sentir constrangidos e até mesmo podem se afastar do acompanhamento profissional, com receio de virar piada.
A falta de compreensão acerca do CAPS é a consequência destes memes. Portanto, é necessário esclarecer o seu real propósito. Janaína Mery Gomes Formighieri é diretora do departamento de saúde mental e explica que “são unidades que prestam serviço especializado à saúde mental que têm por objetivo ajudar pessoas com transtornos mentais graves ou persistentes, incluindo aquele decorrente do uso de álcool e outras drogas, visando a melhora dos processos psíquicos e sua integração na comunidade”.
UNIDADES NO MUNICÍPIO- Em Toledo existem quatro serviços de saúde mental, sendo eles: CAPS II, CAPS AD, CAPS i e Ambulatório de Saúde Mental. Cada um deles são distintos, como pontua Janaína “o CAPS II atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes. O CAPS AD atende pessoas que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente do uso de álcool e outras drogas. O CAPS i atende crianças e adolescentes que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves ou decorrente do uso de substâncias psicoativas. Já o Ambulatório de Saúde Mental atende transtornos mentais moderados”.
Conforme esclarece a diretora, a Reforma Psiquiátrica no Brasil, iniciada na década de 1980, introduziu os CAPS como alternativa ao uso exclusivo de medicação, promovendo terapias integrativas. Em 2002, o Ministério da Saúde determinou sua implementação para substituir os hospitais psiquiátricos. No entanto, internamentos ainda ocorrem em casos extremos, considerando sempre as necessidades individuais dos pacientes. Como destaca Janaína, “o CAPS não elimina a possibilidade de internamento, mas articula o cuidado de forma ambulatorial.”
ATENDIMENTO – Para receber o atendimento, é necessário obter o encaminhamento por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e, após passarem pela estratificação de risco e se classificadas como alto risco, são encaminhados para o CAPS. Já no caso de médio risco, são direcionados ao Ambulatório de Saúde Mental. Formighieri orienta que os atendimentos são desenvolvidos por meio de um Projeto Terapêutico Singular (PTS), que envolve a equipe, o usuário do serviço e a família. O PTS é um conjunto de propostas terapêuticas, discutidas pela equipe interdisciplinar a fim de atender e acompanhar as demandas de cada caso em específico.
Ao tratar os pacientes com respeito e dignidade, os profissionais dos CAPS oferecem cuidados individualizados, levando em consideração as particularidades de cada pessoa. Esse acompanhamento contínuo visa ajudar os pacientes a reconquistarem sua autonomia, participarem ativamente da sociedade e demonstrarem que pessoas com essas condições podem viver plenamente, realizar seus projetos e contribuir de forma significativa para a sociedade.
A saúde mental é fundamental para o bem-estar e uma vida equilibrada. Não se trata de estar constantemente feliz, mas de aprender a gerenciar as emoções para que elas não interfiram negativamente na vida. Por isso, cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo. Procurar ajuda quando necessário é um ato de coragem e autocuidado. Em situações de dificuldades, é essencial buscar apoio. Existe a orientação de profissionais capacitados para lidar com as emoções e os desafios diários. Priorizar a saúde mental é um passo importante para viver de forma mais plena e satisfatória.
Da Redação
TOLEDO