Captação de Órgãos: Hoesp/Hospital Bom Jesus é destaque estadual na taxa de conversão

O ato de salvar vidas é uma escolha da família sempre que aceitam dizer sim. A doção de órgãos envolve o sentimento de quere ajudar o próximo. A Hoesp/ Hospital Bom Jesus tem sido referência no Paraná em relação a taxa de aceitação, durante 2022, 20 famílias foram abordadas para realizar a captação de órgãos e 19 aceitaram.

“O Estado teve média de 72% na taxa de conversão, enquanto que a Hoesp/ Hospital Bom Jesus chegou a 95%. Mais uma vez sendo destaque no cenário estadual. A Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) foi implantada no hospital há 18 anos, e desde então mantemos essa taxa de aceite alta. Isso é resultado de um trabalho em conjunto, de um bom atendimento de toda a equipe”, explica o enfermeiro coordenador da CIHDOTT, Itamar Weiwanko.

Na Hoesp, das 19 captações, mais de 100 órgãos puderam ser enviados para transplante em todo Brasil. “Isso graças a todas as famílias que aceitaram esse gesto nobre”, diz Weiwanko ao explicar que cada pessoa pode salvar até dez vidas com a doação de múltiplos órgãos e tecidos.

Todas as doações de órgãos foram realizadas após o diagnóstico de morte encefálica, uma condição irreversível do quadro de saúde do paciente, em que há portanto, a constatação do óbito após vários exames que comprovam essa condição. Nesse momento, a CIHDOTT acolhe os familiares e explica sobre o processo. “É uma decisão da família, mas sempre ressaltamos a importância desse gesto para salvar a vida de outras pessoas”, afirma o coordenador da CIHDOTT.

UM SIM PARA OUTRAS VIDAS – É doloroso receber a notícia de que um familiar teve morte encefálica. Ao passar por essa situação o sentimento de angustia toma conta dos corações dos entes queridos. O processo de abordagem, para possível captação de órgãos, ocorre durante um momento de tristeza, por isso, os profissionais precisam estar bem preparados.

A abordagem da equipe acontece somente após serem concluídos os protocolos pré-estabelecidos pelo Estado. O Paraná tem um dos protocolos mais rígidos em relação ao diagnóstico de morte encefálica.

Os principais impedimentos estão relacionados a falta de conhecimento sobre a vontade do ente querido e os procedimentos da captação dos órgãos. O desejo da família é respeitado. A diferença entre doar ou não doar é saber que pessoal especial partiu, mas um ‘pedacinho’ dela pode salvar outra vida.

O DESEJO DE AJUDAR – No Paraná, mais de 2,5 mil pessoas aguardam na fila de transplantes – segundo dados do Sistema Estadual de Transplantes. Weiwanko explica que um fator que pode contribuir com as taxas de aceite de doação de órgãos, é conversar com os familiares sobre o assunto. “Já tivemos várias experiências em que a pessoa já havia se manifestado em vida que gostaria de ser um doador. Isso facilita a decisão para família e para os profissionais de saúde. É importante que as pessoas compreendam como funciona a doação de órgãos e conversem sim com os familiares”, finaliza.

PROTOCOLO DE MORTE ENCEFÁLICA

A morte cerebral, infelizmente, é irreversível. Uma vez constatada a morte encefálica, os familiares do paciente são informados e devem tomar a decisão de doar ou não os órgãos do ente querido. São necessários exames clínicos realizados por médicos diferentes, para confirmar a ausência permanente de função do tronco cerebral; um teste de apneia, para comprovar a ausência de movimentos respiratórios; e um exame complementar para confirmar a ausência permanente de função cerebral. Os critérios da Resolução CFM 1.480/1997 confirmam a segurança, o grau de absoluta certeza e a ampla aceitação desta metodologia para determinação inquestionável da morte.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações da Hoesp/Hospital Bom Jesus

...
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.